Dois relatórios de hoje mostram visões distintas sobre o Méliuz, a empresa de cashback que está virando uma fintech. 

O BTG aumentou o preço-alvo para a ação depois de incorporar no modelo o follow-on recente, a compra da Acesso e os resultados do segundo tri; já o UBS começou a cobertura da empresa com recomendação “neutra”, argumentando que o papel já está “precificado com um valor justo.” 

As duas recomendações vêm depois de uma queda colossal do Méliuz, que saiu do high de R$ 74 do final de julho para os R$ 40 de hoje. A empresa vale R$ 5,64 bilhões na Bolsa.

O UBS reconhece que o Méliuz se tornou um ecossistema mais completo com a oferta de serviços financeiros (como cartão de crédito e conta digital) para seus 18 milhões de clientes, mas diz que os múltiplos atuais são (bem) salgados. 

“Seu modelo de negócio ‘win-win-win’, combinado com um efeito de rede positivo e uma oferta mais ampla de produtos e serviços, pode impulsionar um CAGR de 53% para a receita de 2021 a 2025,” escreveram os analistas Mariana Tadeo e Kaio Prato. “No entanto, com a ação negociando a 19x o EV/Sales de 2021 (vs. 4x da Dotz e 12x de outros peers), achamos que está no preço justo.”

O BTG aumentou o preço-alvo de R$ 40 para R$ 60 e reiterou a recomendação de compra. 

O analista Eduardo Rosman disse que fazer o valuation do Méliuz não é tarefa fácil, “mas que com a ação de volta a R$ 40, acreditamos que a relação risco-retorno está voltando para o upside de novo.”

“O time é brilhante, jovem e apaixonado, e a empresa está com uma base de clientes grandes e pronta para se engajar mais.”

Mesmo depois da correção recente, o Méliuz ainda vale 3x mais que no IPO, impulsionada por sua transição de um player de cashback puro para um ecossistema de serviços financeiros e experiências de compra.