Com restrições na China, Texas é a nova meca do bitcoin e outras criptomoedas?
A energia barata e o baixo controle regulatório atraem os mineradores de moedas digitais para o sul dos Estados Unidos
A China, que já vinha há meses pressionando o mercado de criptomoedas, lançou o golpe fatal aos investidores de bitcoin, ethereum e companhia na madrugada desta sexta-feira (24). O gigante asiático anunciou que transações com moedas digitais estão proibidas e passam a ser ilegais a partir de agora.
Além da proibição, a agência de planejamento econômico do país afirma que é preciso desligar as máquinas de mineração de bitcoin para manter a meta de redução de carbono do território. Quer saber como funciona o processo de mineração de criptomoedas? O repórter Renan Sousa te explica nesta matéria.
Mas, antes mesmo do ultimato de hoje, as empresas chinesas do setor já buscavam novos locais para estabelecer suas operações. E, segundo indica uma reportagem da BBC News, os empresários encontraram o que procuravam no estado do Texas, no sul dos Estados Unidos.
Por que o Texas?
Como os ativos cripto não são regulados por nenhum governo e exigem computadores com alto poder de processamento para a mineração, dois itens muito valorizados pelas empresas do meio são a eletricidade barata e ambientes de baixo controle regulatório.
Órfãos desses elementos na China, os entusiastas do bitcoin descobriram a existência dos dois requisitos em um dos estados mais tradicionais dos EUA.
Com uma das taxas de energia mais baratas do mundo, o Texas oferece diversas opções de provedores de energia e competitividade aos consumidores. Além disso, em momentos de picos de demanda, as fazendas podem até mesmo vender a energia que sobra após a mineração.
A segurança dos executivos também é garantida pelo posicionamento dos governantes do Texas em relação ao tema. O governador do local, Greg Abbott, por exemplo, é um defensor público das criptomoedas.
"Está acontecendo! O Texas será líder em criptomoedas", declarou ele no Twitter em junho, mês no qual o estado tornou-se o segundo dos Estados Unidos — o primeiro foi o Wyoming — a reconhecer as moedas digitais na lei comercial local.
"O que nos aconteceu na China não acontecerá nos EUA", destacou Alejandro de La Torre, vice-presidente da Poolin — a segunda maior rede de bitcoins do mundo — em entrevista à BBC.
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Riscos para os locais
Mas, apesar do entusiasmo com a chegada das fazendas de criptomoedas, especialistas alertam que o aumento na demanda de energia pode trazer dificuldades para as cidades.
Em fevereiro, por exemplo, quando uma tempestade de neve causou a morte de mais de 200 pessoas e também deixou milhares de outras sem casa e energia, os mineradores foram financeiramente incentivados a permanecerem offline.
Além disso, o alto consumo energético do setor provoca uma pegada de carbono difícil de compensar. Segundo uma pesquisa da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, a mineração de criptomoedas consome cerca de 121,36 terawatt-horas (TWh) por ano.
O montante é superior ao que consome a Argentina, país de 45 milhões de habitantes, e, conforme as criptomoedas ganham mais visibilidade e investidores, não há previsões de que diminua no futuro.
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