Alexandre Schenkel (cotonicultor e vice-presidente da Abrapa), Fernando Conti (gerente comercial da fiação Incofios), André Klein (diretor comercial da malharia Dalila Têxtil), Diogo Imhof (gerente nacional de vendas da tecelagem RenauxView), Savio Costa (gerente industrial da tecelagem Vicunha), Rosi Strazza (sócia e gerente de desenvolvimento de produto da confecção Lavinorte), Bruno Bittencourt (diretor comercial da confecção EGM), Alan Abreu (especialista em sustentabilidade da varejista Reserva).
Sou de Algodão
Alexandre Schenkel (cotonicultor e vice-presidente da Abrapa), Fernando Conti (gerente comercial da fiação Incofios), André Klein (diretor comercial da malharia Dalila Têxtil), Diogo Imhof (gerente nacional de vendas da tecelagem RenauxView), Savio Costa (gerente industrial da tecelagem Vicunha), Rosi Strazza (sócia e gerente de desenvolvimento de produto da confecção Lavinorte), Bruno Bittencourt (diretor comercial da confecção EGM), Alan Abreu (especialista em sustentabilidade da varejista Reserva).

Você já parou para pensar de onde vem o tecido da sua roupa? Ou para onde ele vai? Neste 7 de outubro, Dia Mundial do Algodão, a Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), a Reserva e a Renner lançam o Programa SouABR, que oferece informações sobre a origem certificada do algodão e o processo de produção da peça adquirida pelos consumidores brasileiros. 

O aplicativo, em desenvolvimento há um ano e meio, busca oferecer transparência ao consumidor, e estimular a escolha de materiais com certificação socioambiental ABR (Algodão Brasileiro Responsável), que entrega à indústria o comprometimento dos produtores com os três pilares da sustentabilidade: social, ambiental e econômico.

“Tudo isso armazenado graças ao blockchain, que garante a rastreabilidade do algodão desde a propriedade de origem, com a garantia da certificação ABR, passando por toda cadeia têxtil até o produto na loja. A tecnologia proporciona digitalização que torna a informação acessível e auditável em todas as etapas do processo, garantindo confiabilidade”, explica Flavio Redi, CEO da EcoTrace, consultoria responsável pelo desenvolvimento da plataforma de T.I, especialista em rastreabilidade de commodities, com segurança e transparência para o mercado.

Crise ambiental dos resíduos têxteis

De acordo com o World Resources Institute, são necessários 2.700 litros de água para fazer uma camisa de algodão. Além disso, produtos têxteis podem levar mais de 200 anos para se decompor naturalmente. Por isso, normalmente, seu destino acaba sendo o incinerador.

Pensando nisso, marcas do mundo todo estão se adequando ao consumo consciente de moda. A americana The North Face, por exemplo, incentiva as pessoas a deixarem roupas e calçados indesejados nas lojas participantes e recompensa a atitude em US$ 10 dólares. A H&M mantém programa parecido e diz que só em 2018 reaproveitou 20,649 toneladas de tecidos, equivalente à 103 milhões de camisas. 

Caminho da solução 

O caminho que o algodão certificado percorre começa na fazenda, onde a produção atende a um completo protocolo, que abrange desde o respeito ao meio ambiente e às leis trabalhistas, bem como zela pela eficiência econômica. A certificação ABR possui 178 itens de verificação distribuídos em 08 critérios: contrato de trabalho, proibição do trabalho infantil, proibição de trabalho análogo a escravo ou em condições degradantes ou indignas, liberdade de associação sindical, proibição de discriminação de pessoas, segurança, saúde ocupacional, meio ambiente do trabalho, desempenho ambiental e boas práticas. 

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“O histórico de sustentabilidade da cadeia do algodão iniciou em 2005, no Mato Grosso, e se expandiu para outros estados, em 2009. Em 2012 foi criado um protocolo único para todos os produtores brasileiros, o programa ABR, que, há 9 anos, atua em benchmarking com outra iniciativa reconhecida mundialmente: a Better Cotton Initiative (BCI). É uma jornada longa conseguir levar essa certificação até a palma da mão do consumidor, nos enche de orgulho! Nosso cliente está mais exigente e estamos buscando entregar o que ele pede: responsabilidade e transparência.” explica Júlio Cézar Busato, presidente Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Abrapa.

Por meio da leitura do QR Code presente na etiqueta da roupa, o consumidor que compra esta peça na loja pode conhecer a fazenda onde o algodão com certificação socioambiental foi cultivado, a fiação que o transformou em fio, a tecelagem ou a malharia que desenvolveu o tecido ou a malha e a confecção que cortou e costurou. Todas as peças rastreáveis do programa SouABR usam, no mínimo, 70% de algodão, em sua composição, sendo que 100% dessa fibra natural presente no produto tem certificação socioambiental. 

O que dizem as marcas

A primeira coleção será lançada em 7 de outubro pela Reserva para o público masculino. A Renner entrará, a partir de 2022, com coleção voltada para o segmento feminino.

"Quando se trata de sustentabilidade, é quase inevitável associá-la ao produto acabado. Mas ela começa muito antes, como, por exemplo, com a escolha da matéria-prima e, a partir daí, capilarizada para todo o processo produtivo. A preferência por algodão certificado e rastreável demonstra um compromisso não apenas com a qualidade dos produtos, mas com todo um cenário de responsabilidade socioambiental e transparência na indústria têxtil. Trabalhar em prol de um impacto cada vez mais positivo, garantindo relações de trabalho justas e produção responsável, é crucial para nos mantermos de pé como uma marca adequada ao nosso tempo”, explica Fernando Sigal, Diretor de Produto da Reserva. 

“Nossa jornada em moda responsável tem nos provocado a desenvolver uma série de iniciativas de inovação que busquem a evolução da indústria e sua cadeia de valor. Este projeto em parceria com a Abrapa e a Reserva mostra como é possível conciliar moda, sustentabilidade e tecnologia com o propósito de que essa indústria seja cada vez mais transparente. Estamos muito orgulhosos de fazer parte dessa construção pioneira, que permite dar maior transparência a todo o processo envolvido na produção das roupas, provando que antes mesmo de chegar no guarda-roupa das pessoas, as peças já têm sua própria história", afirma o gerente geral de Sustentabilidade da Lojas Renner, Eduardo Ferlauto.

A cadeia de fornecedores que participam do SouABR junto à Reserva são: Fiação Fio Puro e Incofios, na parte de fiações; as tecelagens RenauxView e Vicunha; Dalila Têxtil, com a malharia; ByCotton, EGM e Lavinorte, nas confecções. Em 2023, SouABR estará disponível a toda a cadeia têxtil nacional.

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