• Reuters
  • Reuters
Atualizado em
Novo iPhone pode ser lançado em março (Foto: Reprodução/Pexel)

Apple avisa ativistas tailandeses sobre ataque (Foto: Reprodução/Pexel)

A Apple emitiu nesta quarta-feira mensagens de alerta a pelo menos seis ativistas e pesquisadores críticos ao governo local, por acreditar que seus iPhones foram alvos de "invasores patrocinados pelo Estado", segundo os próprios ativistas e de acordo com os alertas, aos quais a Reuters teve acesso.

A Apple e o Ministério Digital da Tailândia não responderam imediatamente a um pedido de comentário.

Prajak Kongkirati, um cientista político da Universidade Thammasat de Bangcoc, disse que recebeu dois e-mails da Apple. Nas mensagens, a companhia diz acreditar que as contas dele do iPhone e do iCloud foram alvo de ataque. Ele também recebeu uma "notificação de ameaça" em sua conta da Apple.

A pesquisadora Sarinee Achananuntakul e o ativista tailandês Yingcheep Atchanont, do grupo de Monitoramento Legal iLaw, disseram ter recebido e-mails semelhantes, enquanto um rapper, um ativista político e um político contrário ao governo postaram separadamente imagens do mesmo e-mail em suas contas nas redes sociais.

Todos são vistos como críticos do governo tailandês.

As mensagens avisavam: "Se o seu dispositivo for comprometido por um invasores patrocinado pelo Estado, eles podem acessar remotamente seus dados confidenciais, comunicações ou até mesmo a câmera e o microfone."

A Apple abriu na terça-feira um processo contra a empresa cibernética israelense NSO Group e sua controladora OSY Technologies por suposta vigilância e direcionamento de usuários nos Estados Unidos, por meio do 'spyware' Pegasus. [L4N2SE31T]

Não estava claro nos alertas enviados pela Apple nesta quarta-feira se a empresa acreditava que os ativistas estavam sendo alvo do Pegasus.

O grupo de vigilância em segurança na internet Citizen Lab identificou em 2018 um operador de spyware Pegasus ativo na Tailândia.

O governo da Tailândia ainda é liderado pelos arquitetos do golpe de 2014, que permanecem no poder após uma eleição em 2019, a qual os opositores dizem ter favorecido os militares.

O primeiro-ministro Prayuth Chan-ocha, que liderou a tomada de poder, negou as acusações, mas enfrentou meses de protestos de oposição.

Além dos apelos por mais democracia, o governo local também foi criticado por sua gestão da pandemia do coronavírus e da economia.