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Apple (Foto: Pexels)

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Há pelo menos 6 anos, circulam notícias de que a Apple estaria desenvolvendo um automóvel. Os últimos rumores sobre o projeto, cujo codinome é Titan, são de que o foco é um carro autônomo compartilhado, com o suposto lançamento para 2025.

Apesar de curioso, o site The Next Web aponta que mais interessante, impactante e melhor para o planeta seria se a gigante da tecnologia dirigisse seus esforços para a criação de uma bicicleta elétrica.

Segundo o autor da reportagem, Napier Lopez, as ebikes são uma solução melhor do que os veículos para muitos lugares, em particular as cidades. Embora não tenha encontrado estudos comparando diretamente o impacto ambiental de carros elétricos e bicicletas elétricas, ele destacou um relatório de 2019 elaborado pelo Centro de Pesquisa e Educação em Transporte da Universidade Estadual de Portland.

O documento mostrou que um automóvel médio (movido a combustão) na região metropolitana de Portland, levando em conta uma ocupação média de 1,36 pessoa por carro, produzia 274g de CO2 para cada passageiro viajando 1 milha (1,6 km). No caso da ebike, essa taxa é de 4,9g de CO2 por pessoa-milha.

Outro estudo, este produzido no Reino Unido - onde os veículos geralmente são menores e têm menos emissões do que nos Estados Unidos – indicou que as bicicletas elétricas produzem, aproximadamente, 23 vezes menos emissões do que os carros. Já uma pesquisa feita pela Federação Europeia de Ciclistas concluiu que elas têm uma pegada de carbono aproximadamente 12 vezes menor que a dos veículos.

Obviamente muitas pessoas ainda precisarão se locomover por meio dos veículos tradicionais no dia a dia. Mas, se a bicicleta elétrica substituir metade das viagens, já é provável que haja um impacto ambiental importante. O estudo de Portland mostrou que uma mudança de 15% dos carros para as ebikes resultaria em uma redução de 11% nas emissões.

E agora você pode se perguntar: mas as bicicletas “normais” não seriam ainda mais amigas do planeta? Certamente sim. O problema é que elas não são tão práticas quanto as elétricas, sobretudo em ambientes urbanos.

Melhor para o trânsito

O estudo feito no Reino Unido mostrou que a adoção generalizada de carros elétricos poderia ter um efeito contra-intuitivo: seus custos operacionais mais baixos eventualmente significariam que mais pessoas os comprariam, levando a piores engarrafamentos nas cidades e problemas de saúde causados pela falta de exercícios.

Enquanto isso, focar nos “métodos de transporte de menor consumo de energia”, incluindo bicicleta e transporte público, é capaz de gerar maior impacto ambiental e, ao mesmo tempo, reduzir o congestionamento urbano e a poluição sonora.

Um empecilho para a maior adoção das ebikes certamente é a falta de infraestrutura cicloviária adequada. Mas o autor da reportagem do The Next Web diz que a Apple também pode ajudar a mudar isso.

Imagine se a empresa lança uma ebike (ou iBike, em alusão à nomenclatura de seus produtos – iPhone e iMac). Isso certamente atrairia a atenção dos fãs da marca, e ela poderia usar o seu poder de lobby, popularidade e influência para “obrigar” as cidades a investirem em ciclovias ou ciclofaixas.

O The Next Web acrescenta que, caso a Apple realmente lance um carro elétrico, ele seria apenas um em meio a tantos outros. Porém, se focasse nas ebikes, entraria em um mercado com alto potencial de crescimento, ainda mais se introduzisse nelas recursos tão inovadores quanto os presentes em seus smartphones e computadores.

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