Ativistas do movimento ambientalista Extinction Rebellion organizaram nesta sexta-feira (26) bloqueios de centros de distribuição da Amazon no Reino Unido e outros países da Europa para protestar contra a “obsessão pelo consumo excessivo” que eles dizem simbolizar a “Black Friday”.

Os 13 centros no Reino Unido ocupados de madrugada pela organização representam, segundo ela, mais da metade das entregas do grupo americano no país. O movimento de desobediência civil também bloqueou instalações na Alemanha e na Holanda.

No centro escocês de Dunfermline, vários ativistas impediram a entrada e a saída de veículos de distribuição, informou a agência de notícias britânica PA.

“Esta ação visa expor os crimes da Amazon, tornando-a um exemplo de um sistema econômico mais amplo projetado para nos empurrar a comprar coisas que não precisamos a um preço que não podemos pagar”, disse Extinction Rebellion (XR) em um comunicado.

Na Holanda, ativistas bloquearam o acesso a um depósito da Amazon no aeroporto de Amsterdã.

Segundo fotos da agência de notícias holandesa ANP, uma dezena de pessoas postou fotos em frente ao galpão, exigindo em um cartaz que a empresa “pare de explorar os trabalhadores e o planeta”.

“Os funcionários da Amazon estão sujeitos a contratos de curto prazo, longas jornadas de trabalho, baixos salários e pausas programadas para ir ao banheiro”, denunciou a filial holandesa do grupo no Twitter.

Para a XR, conhecida por suas espetaculares ações de bloqueio, “Black Friday” simboliza uma obsessão pelo consumo excessivo incompatível com um planeta sustentável.

Contactada pela AFP, a Amazon afirmou que trabalha para minimizar o impacto nos seus clientes através da sua rede europeia.

“Levamos nossas responsabilidades muito a sério, incluindo nosso compromisso de alcançar a neutralidade de carbono até 2040”, disse um porta-voz do grupo, frequentemente criticado por suas práticas sociais e fiscais.

A Amazon concentra a maior parte dos ataques às ofertas promocionais oferecidas por muitos varejistas nesta sexta-feira para lançar a temporada de compras natalinas.

“Make Amazon Pay”, uma coalizão internacional composta por cerca de 40 organizações, incluindo Greenpeace e Oxfam, acusa o grupo americano de colocar os benefícios antes do bem-estar de seus funcionários e incentivou trabalhadores que quisessem protestar contra suas condições de trabalho a iniciar uma greve nesta sexta-feira.

No Reino Unido, uma federação que representa varejistas independentes estimou que 85% desses pequenos comerciantes boicotariam a “Black Friday”, considerada uma prática por grandes grupos.