Por Chris Taylor

NOVA YORK (Reuters) – A pandemia mudou o mundo de todas as maneiras, mas uma das mais vísiveis é a chamada ‘grande renúncia’, onde funcionários estão deixando suas funções anteriores em números não vistos há décadas.

Eis que surge uma iniciativa para manter os funcionários motivados e engajados, em vez de ir para outro lugar: o ‘sabático social’.

A ideia da empresa de origem alemã de software empresarial SAP – inspirada em programas semelhantes, como da IBM – consiste em afastar os funcionários selecionados de suas funções rotineiras e lançar-lhes um desafio intrigante em algum lugar ao redor o mundo enquanto trabalham em equipe para resolver problemas reais.

À frente desse programa está a diretora global de responsabilidade social corporativa da SAP, Alexandra van der Ploeg. Ela conversou com a Reuters e trechos editados da entrevista estão abaixo.

P: Qual é a história dos sabáticos sociais?

R: Começamos com um pequeno programa piloto em 2012 para testar. A partir do primeiro ano, começou a se expandir rapidamente.

Até o momento, mais de 1.300 funcionários participaram em 51 países, em parceria com quase 500 organizações sem fins lucrativos e empresas sociais, impactando 6 milhões de vidas.

P: Como funciona um sabático social?

R: É um programa imersivo, no qual você fica no local por quatro semanas seguidas. Você tira uma folga de seu trabalho normal, trabalha em um desafio estratégico concreto que uma organização sem fins lucrativos está enfrentando e fornece resultados que realmente geram impacto.

É um ambiente de pressão. Você está pegando um grupo de funcionários, geralmente em torno de 12, e enviando-os para um mercado emergente onde eles nunca estiveram antes.

Você está imergindo eles em uma organização que não conhecem e os colocando em um ambiente de equipe, com uma diversidade incrivelmente alta de nacionalidades, idades e níveis de experiência.

P: Como a Covid-19 afetou o programa?

R: Precisamos adaptar. Os sabáticos sociais foram suspensos, mas oferecemos modelos virtuais de consultoria pro bono com grande sucesso. Nós estamos otimistas de que reiniciaremos o programa em 2022 – talvez não totalmente, porque isso pode ser demais, mas uma reentrada consciente onde podemos testar.

P: Como o programa afeta os funcionários quando eles voltam?

R: Isso tem um impacto significativo no engajamento dos funcionários. Há maior retenção entre os participantes sociais sabáticos. Quando os funcionários voltam, ficam mais motivados para fazer seu trabalho e procuram maneiras de incorporar esse aprendizado em seu próprio ambiente de negócios. Eles voltam inspirados sobre o que podem fazer para melhorar as coisas.

Qualquer empresa que leva a sério o propósito e a sustentabilidade precisa dar aos seus funcionários a oportunidade de experimentar na prática o que isso realmente significa. O sabático social faz isso.

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