Os processos dos investidores contra a Bayer na Alemanha no caso do glifosato chegam a quase 2,2 bilhões de euros (em torno de US$ 2,5 bilhões) por danos e prejuízos – informou nesta terça-feira (4) o escritório de advocacia Tilp, que espera para este ano a abertura de um julgamento coletivo.

“A Tilp, que representa cerca de 320 investidores, entrou com ações judiciais contra a Bayer no Tribunal Distrital de Colônia (oeste da Alemanha), que buscam recuperar os danos e prejuízos avaliados em um total em torno de 2,2 bilhões de euros”, declarou o Tilp em um comunicado enviado à imprensa.

Isso é mais do que o dobro do valor inicialmente divulgado em dezembro pelo escritório.

Esses acionistas acusam o grupo alemão de não tê-los informado suficientemente sobre os riscos econômicos gerados pelo processo judicial relacionado ao glifosato, após a compra da Monsanto em 2018.

Agora, o tribunal deve decidir sobre a abertura de um “processo modelo”. Esta modalidade permitiria reunir em um único julgamento assuntos comuns a vários casos, como solicitado pelos advogados.

Em dezembro, a Justiça alemã abriu o caminho para o processo movido pelos acionistas contra a Bayer.

Na ocasião, o tribunal civil de Colônia decidiu “publicar uma petição para a abertura de uma ação coletiva” para determinar se a Bayer “ocultou do mercado os riscos significativos relacionados à aquisição do grupo americano Monsanto”, conforme um comunicado.

A “petição de instauração de ação coletiva” na Justiça é uma etapa essencial para o início de um “processo modelo” que permite reagrupar todas as questões em um único julgamento.

Desde então, a Bayer enfrenta uma enxurrada de ações judiciais nos Estados Unidos por antigos usuários do glifosato, um herbicida comercializado pela Monsanto.

Em 2015, um departamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o produto como uma substância “provavelmente cancerígena”, algo que seu produtor nega.

Essas ações derrubaram metade do valor da ação da Bayer na Bolsa de Valores de Frankfurt, uma “perda enorme” para os acionistas, de acordo com Tilp.

“Com as ações movidas, cumprimos todas as formalidades para lançar um processo modelo”, informou Christian Herrmann, advogado do escritório Tilp citado no comunicado à imprensa.

O escritório espera a abertura do processo “nos próximos meses” e aguarda um julgamento ao longo deste ano.