Novo fone de ouvido da Apple, que combina realidade virtual e aumentada, pode ser adiado para 2023

Atraso marca revés de novo produto com potencial para manter as vendas e ajudar a justificar o valor de mercado da companhia, de quase US$ 3 trilhões

Bloomberg

Logotipo da Apple (Shutterstock)

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Apple está pensando em adiar a estreia de seu headset de realidade mista por pelo menos alguns meses, possivelmente atrasando seu primeiro grande produto novo desde o Apple Watch, em 2015, de acordo com pessoas próximas do assunto.

O fone de ouvido, que combina realidade virtual e aumentada, foi apresentado na Conferência Mundial de Desenvolvedores da Apple em junho, com lançamento previsto para o final do ano. Mas os desafios de desenvolvimento relacionados ao superaquecimento, câmeras e software tornaram mais difícil permanecer no caminho, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque o assunto é privado.

Isso pode levar o anúncio para o fim de 2022 ou ainda mais tarde, com o produto chegando às prateleiras em 2023, disseram. Uma porta-voz da Apple não quis comentar.

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As ações da Apple, que subiram cerca de 1% nesta sexta-feira (14), recuaram com a notícia, caindo para US$ 171,68. As ações subiram 34% em 2021, superando o índice S&P 500.

O atraso marcaria um revés para um produto visto como uma das grandes novidades da Apple, uma nova categoria que pode manter as vendas crescendo e ajudar a justificar o valor de mercado de quase US$ 3 trilhões da gigante de tecnologia.

A Apple havia planejado apresentar o fone de ouvido em 2021 e enviá-lo às prateleiras este ano, de acordo com outras pessoas com conhecimento do assunto. A empresa desenvolve o dispositivo desde pelo menos 2015 e conta com ele para ser o primeiro de muitos fones de ouvido que podem substituir o iPhone daqui a uma década.

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A esperança é criar produtos com mais apelo do que os atuais óculos de realidade aumentada, que permitem aos usuários sobrepor dados e imagens em visões do mundo real. Headsets de realidade aumentada anteriores, como o Google Glass ou o Magic Leap, se tornaram fracassos.

Os fones de ouvido VR, por sua vez, tiveram mais sucesso. Dispositivos de empresas como a Meta tiram os usuários do mundo real e os mergulham em uma realidade digital, preparando o cenário para o chamado metaverso. Mas mesmo o VR não pegou muito além de um grupo restrito de jogadores.

O produto da Apple combinaria as duas tecnologias em um único dispositivo. Não se espera que o fone de ouvido seja um sucesso semelhante ao do iPhone desde o início, porque será um item de nicho caro, mas o dispositivo pode preparar o terreno para ampliar as receitas nos próximos anos.

O desafio é fazer chegar esse produto aos clientes. A Apple informou recentemente aos parceiros da cadeia de suprimentos que o dispositivo provavelmente não será lançado até 2023. No entanto, ainda pressiona fornecedores para que tenham unidades disponíveis no final deste ano, para que estejam prontos para o lançamento.

Quando enviar o produto, a Apple enfrentará concorrência imediata. Meta, anteriormente Facebook, trabalha em seu próprio fone de ouvido de realidade mista, conhecido como Projeto Cambria, que provavelmente será mais barato que o da Apple. A Apple chegou a prever um valor de mais de US$ 2.000 para seu fone de ouvido por causa da inclusão de chips potentes, telas de alta resolução e nova tecnologia de áudio.

Dada a funcionalidade e o preço esperado do dispositivo, a Apple estimou que venderia uma unidade por dia por loja. Com base na previsão atual da empresa, ela acredita que o produto pode vender de 7 a 10 milhões de unidades em seu primeiro ano.

Desafios

Os desafios térmicos com o fone de ouvido decorrem do uso de chips de ponta normalmente colocados em laptops profissionais.

A Apple também enfrentou desafios de desenvolvimento com câmeras integradas, que serão usadas para permitir a realidade aumentada. A Apple busca obter seus módulos de câmera da LG, que planeja iniciar a produção das peças já no segundo trimestre deste ano.

Mais de 2.000 funcionários da Apple agora trabalham em seu hardware VR e RA como parte de uma unidade chamada Technology Development Group, ou TDG. O grupo é dirigido por Mike Rockwell, um ex-executivo da Dolby, e Dan Riccio, ex-chefe de engenharia de hardware da Apple.

Nos últimos meses, a Apple viu vários engenheiros da unidade saírem para trabalhar na Meta. A empresa respondeu ao êxodo com ofertas aos principais engenheiros de bônus em ações no valor de até US$ 180.000, segundo a Bloomberg.

A Apple planeja que seu dispositivo de realidade mista use seu próprio sistema operacional.

A tecnologia VR/RA não é a única grande aposta da Apple no momento, mas pode ser a que está mais próxima do mercado. Outras iniciativas, como um carro autônomo, devem demorar mais.