FC Porto pisa Belenenses SAD e empurra o Benfica

Evanilson marcou três golos e facilitou aos portistas um jogo desequilibrado também pela expulsão de um jogador da Belenenses SAD ainda na primeira parte.

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Reuters/PEDRO NUNES

O Benfica já está a nove pontos do FC Porto e a Belenenses SAD está cada vez mais afundada no último lugar da tabela. É isto que sai do triunfo (4-1) deste domingo dos portistas no Jamor, casa emprestada dos lisboetas. Além de afastar ainda mais o Benfica, que empatou nesta jornada, o FC Porto consegue também recolocar em três pontos a diferença para o Sporting, alterada temporariamente com o triunfo “leonino”.

No Jamor, o FC Porto não jogou em casa, mas apenas no plano geográfico e das instalações: no apoio, os adeptos portistas estiveram em clara maioria. E viram a equipa de Sérgio Conceição (ausente do banco, por castigo) entrar mal na partida.

A Belenenses SAD levou a jogo o mesmo 4x4x2 da jornada anterior, mas com mais um defesa, um médio mais defensivo e um outro médio no lugar de um avançado. Em suma, apostou em “tracção atrás”, mas apenas na teoria.

Na prática, a formação de Franclim Carvalho conseguiu pressionar bastante a primeira fase de construção do FC Porto, com Afonso Sousa e Pedro Nuno, “falsos noves”, a conseguirem condicionar Mbemba, Fábio Cardoso, Uribe e Vitinha – os dois médios “fugiram” pouco da zona central, ficando facilmente à mercê do controlo zonal dos dois atacantes da Belenenses SAD.

Aos 13’, a má entrada em jogo do FC Porto, sem fluidez na criação, ganhou um significado ainda pior, com um golo de Abel Camará, de cabeça, após um canto mal defendido por Fábio Cardoso, em marcação individual ao avançado/ala adversário.

Nada mudou com o 1-0 e a tal opção da Belenenses SAD de ter avançados tão subidos e agressivos na pressão comportava algum risco, dado que havia bastante espaço entre linhas.

Fábio Vieira, chamado ao “onze” para o lugar de Taremi, nem sempre conseguiu explorar essa zona, pela agressividade dos dois médios-centro da Belenenses SAD, sem problemas em “morderem” o portista sempre que ele tocava na bola. E por falar em agressividade e morder: Sithole foi expulso aos 32’ com um segundo amarelo, depois de duas entradas negligentes.

Aí, o jogo mudou. E mudou mais ainda no minuto seguinte, quando Evanilson interceptou um remate de Fábio Vieira, fez o golo e ficou à espera que o VAR corrigisse a decisão inicial do árbitro assistente ao anular-lhe o golo por fora-de-jogo.

Com o jogo novamente empatado, o FC Porto, que ainda só tinha somado uma verdadeira oportunidade de golo (Vitinha permitiu defesa de Luiz Felipe aos 22’), começou, após a expulsão, a ter muito mais espaço para jogar.

Luis Díaz foi “activado” mais vezes (com o que isso significa de nefasto para qualquer adversário), Taremi (que entrou, entretanto, por um Bruno Costa que já era redundante em 11 contra 10) permitiu ao FC Porto esticar mais o jogo, obrigando a defesa adversária a baixar mais do que tinha feito até então. E como a “manta” não chega para tudo, a Belenenses SAD começou, pela primeira vez, a ter dificuldades a controlar o espaço à frente da linha defensiva.

Ainda assim, as boas jogadas criadas nada deram: umas saíram com remates ao lado, como com Díaz, outras deram defesa de Luiz Felipe, como com Vitinha e Evanilson, e uma outra foi invalidada por fora-de-jogo, num lance criado por Díaz e finalizado por Taremi.

Para a segunda parte nada mudou – nem era suposto que assim fosse. A Belenenses SAD defendia em 5x3x1 e sem qualquer capacidade para sair para o ataque e o FC Porto tinha uma enorme barreira de pernas para ultrapassar, dependendo, mais do que de nuances tácticas, do volume de jogo ofensivo, da presença na área e do engenho técnico dos criativos.

Terá sido também esta última via a que Vítor Bruno procurou com Francisco Conceição, jogador capaz de criar em espaços curtos – e os espaços eram quase sempre bastante curtos, pela densidade de jogadores adversários. Poucos segundos depois de entrar, Conceição fez exactamente aquilo que lhe era pedido como “agitador” de uma defesa densa: recebeu entre linhas, rodou, driblou, conduziu, assistiu Evanilson e o brasileiro bisou.

No minuto seguinte, com a Belenenses SAD muito desposicionada – não era linha de cinco, nem sequer de quatro –, Fábio Vieira mediu um passe perfeito para a cabeça de Taremi, que selou o 3-1.

A partir daqui o jogo seria o que o FC Porto quisesse que fosse. Ou geria a vantagem confortável, com a superioridade numérica a ajudar, ou partia para um atropelo aos lisboetas. Os adeptos até poderiam preferir a segunda opção, mas a equipa portista, a entrar para a segunda metade da temporada, preferiu a sensatez de gerir o esforço num jogo resolvido.

Luis Díaz ainda falhou um penálti e Evanilson chegou ao hat-trick (leva 12 golos na temporada), mas tudo foi feito com relativa tranquilidade e sem grandes aventuras ofensivas.

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