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prédio do federal reserve (Foto:  Tom Williams / Getty Images)

Uma postura agressiva do banco central dos EUA, planejando aumentos de juros mais cedo do que o esperado, elevou as taxas de curto prazo (Foto: Tom Williams / Getty Images)

Um ritmo acelerado de ajuste na política monetária para conter a inflação nas alturas pode levar a um achatamento da curva de rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, disse Larry Fink, chefe da BlackRock Inc, maior gestora de ativos do mundo.

"Acho que a curva de juros vai se achatar, sabe, e posso até ver se o Federal Reserve for muito agressivo... posso ver uma curva de juros (com inclinação) negativa", disse Fink à CNBC em entrevista nesta terça-feira, de acordo com uma transcrição.

O formato da curva de rendimento revela as expectativas de investidores para o crescimento e a política monetária dos EUA. Uma postura agressiva do banco central dos EUA, planejando aumentos de juros mais cedo do que o esperado, elevou as taxas de curto prazo, achatando a curva.

Uma curva negativamente inclinada, ou invertida, é um fenômeno considerado má notícia para as perspectivas econômicas de curto prazo e no passado pressagiou recessões.

"O formato da curva de juros será a questão crítica que determinará a economia", disse Fink.

O presidente executivo da BlackRock --maior gestora de ativos do mundo, que em 31 de dezembro tinha 10 trilhões de dólares sob seu guarda-chuva-- acrescentou esperar que a inflação fique mais alta e que o Fed se mostre "agressivo" nos próximos dois anos.

Às 13h25 (de Brasília) nesta terça-feira, o yield do Treasury de dois anos --que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo-- tinha alta de 6,30 pontos-base, a 1,0323%. A taxa superou 1% pela primeira vez desde o início da pandemia, o que corroía ainda mais a vantagem de rendimento que os títulos de prazo mais longo geralmente detêm sobre os de prazo mais curto.

Ao mesmo tempo, a diferença entre os rendimentos dos Treasuries de dez e dois anos --vista como um indicador de expectativas econômicas-- caía 1,18 ponto-base, a 81,05 pontos-base.

O spread entre as taxas dos títulos de 30 e cinco anos recuava 2,69 pontos-base, a 53,86 pontos-base.