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Capitalização bolsista em Lisboa atinge níveis pré-crise de 2008

A bolsa de Lisboa registou uma subida de 12% da capitalização bolsista para 82 mil milhões de euros em 2021, atingindo níveis pré-crise de 2008.
20 Janeiro 2022, 18h00

A capitalização bolsista da Euronext Lisbon atingiu níveis pré-crise de 2008 em 2021. Isto num ano marcado pelo IPO da Greenvolt, pelos aumentos de capital da EDP Renováveis, Mota-Engil, Ibersol e Sonae Indústria e pela valorização generalizada das cotações. Para este ano, a expectativa é que a recuperação da economia dê novo impulso aos mercados.

Em 2021, a bolsa de Lisboa registou uma subida de 12% da capitalização bolsista para 82 mil milhões de euros. Os números foram divulgados esta quinta-feira numa apresentação online sobre o balanço de 2021 e perspetivas da atividade da gestora da bolsa para este ano. No final de 2020, a capitalização bolsista era de 72 mil milhões de euros.

“Os mercados continuam muito ativos e a oferecer boas oportunidades de financiamento às empresas”, afirmou Isabel Ucha, presidente da Euronext Lisbon, na apresentação, notando que foram várias as empresas portuguesas que aproveitaram “bem este ciclo positivo do mercado para se capitalizarem”, num total de 2,7 mil milhões de euros em 18 meses.

O aumento de capital mais significativo foi o da EDP Renováveis, em abril de 2021, que rondou os 1,5 mil milhões de euros.

Recuperação económica vai animar mercados

As perspetivas para este ano também são otimistas, apesar de haver riscos. “O cenário base é de aceleração do crescimento económico” e de que “seremos capazes de ultrapassar este contexto mais difícil”, afirmou a presidente da Euronext Lisbon. “Nesse sentido, é um cenário positivo”, o que vai animar os mercados financeiros.

“Um dos riscos é o da evolução da inflação. Continua a predominar a tese de que há uma componente temporária, mas há incerteza sobre a evolução e sobre como é que se vai refletir na política monetária. Já vemos um certo caminho a ser feito nos EUA, mas a Europa está um pouco atrás dessa trajetória”, notou, referindo-se à evolução das taxas de juro.

Um dos riscos é o da evolução da inflação. Continua a predominar a tese de que há uma componente temporária, mas há incerteza sobre a evolução e sobre como é que se vai refletir na política monetária.

O ano de 2022 também será de mudanças para o principal índice nacional, o PSI-20. A partir de março, quando for feita a revisão anual, passará a ser conhecido apenas como PSI, deixando de haver um limite mínimo de 18 cotadas. Além disso, para integrarem o índice, as empresas terão de ter uma capitalização bolsista de 100 milhões de euros em free float.

Nesse sentido, há cotadas que deverão ficar de fora. “Verificámos atualmente que poderá haver duas ou três empresas que possam não cumprir o mínimo de 100 milhões de euros”, afirmou Isabel Ucha, notando que ainda faltam alguns meses e que é preciso ver na altura qual será a capitalização das empresas.

De acordo com a responsável, esta alteração das regras era necessária para manter o índice atrativo. “Um índice que não serve os investidores obviamente que não serve as empresas”.

Atrair mais empresas para o mercado de capitais

São vários os objetivos da Euronext Lisbon para o ano de 2022, nomeadamente levar a que “mais empresas e entidades públicas (e.g. governo e autarquias) a usarem o mercado de capitais para se capitalizarem, inovarem e crescerem”, refere.

Nesse sentido, irá “trabalhar os programas de capacitação, parcerias e prospeção individualizada”, mas também retomar o diálogo com o Governo. A Euronext Lisbon quer que as autarquias também se possam financiar através do mercado de capitais, nomeadamente através da emissão de dívida, naquela que é uma das medidas já identificadas para desenvolver o mercado nacional.

Por outro lado, quer “mais liquidez e oportunidades de investimento e captação de poupança nacional e internacional”, estando, por isso, a “preparar a oferta de mais produtos e mais funcionalidades de negociação”, nomeadamente o acesso ao mercado italiano, opções sobre empresas portuguesas ou ETF.

Além disso, quer um “melhor enquadramento legal, regulatório e fiscal, como parte da agenda de um novo Governo,
que o adote como pilar da sua estratégia de crescimento”, além da aposta no financiamento sustentável.

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