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Netflix que se cuide: Disney, Apple e Amazon ganham terreno no mercado de streaming – e é só o começo

21 jan 2022, 19:02 - atualizado em 22 jan 2022, 7:10
Netflix Tecnologia
A Netflix, apesar de entregar uma melhor experiência ao usuário, possui a desvantagem de competir com players que têm sólidos históricos de desempenho (Imagem: Reuters/Mike Blake/)

Os resultados divulgados pela Netflix (NFLX34) na noite desta quinta-feira (20) dizem muito sobre as empresas que competem nesse novo, mas já aquecido mercado de streaming.

As ações da maior provedora de filmes e séries via streaming do mundo despencaram nesta sexta-feira (21) na Nasdaq. Os papéis da companhia derreteram quase 22%, negociados a US$ 397,50 cada.

Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts, certificados emitidos no Brasil que possuem como lastro ações emitidas no exterior) da empresa, negociados na B3 (B3SA3), computaram perdas de 22,26%, a R$ 43,30.

O motivo principal para o desgosto dos investidores com os números do quarto trimestre de 2021 da Netflix é simples: a companhia dá sinais de desaceleração no crescimento da base de assinantes por conta da concorrência.

Briga de gente grande

Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, destaca que empresas de peso, como Disney (DISB34) e Amazon (AMZO34), abocanharam grandes fatias do mercado e já figuram entre os principais nomes em questão de tamanho e influência.

Segundo Cruz, o streaming se tornou uma saída para companhias que dependiam de cinemas e receitas não recorrentes.

“Todos estão voltando os olhos para lá [o streaming] para garantir uma previsão. Você consegue fazer um planejamento estratégico bem mais definido, ter noção de receitas de custos mais firmes com a plataforma. Por isso o interesse de tantos concorrentes em entrar nesse mercado”, explica.

O estrategista da RB prevê um cenário mais desafiador à Netflix nos próximos anos, até porque a companhia, apesar de entregar uma melhor experiência ao usuário, possui a desvantagem de competir com players que têm sólidos históricos de desempenho.

Especialista acredita que a Apple pode usar seu caixa robusto para fazer compras agressivas visando ampliar o conteúdo do seu serviço de streaming (Imagem: Unsplash/@northwoodn)

Cruz lembra que a Apple (AAPL34), por exemplo, está crescendo na indústria de streaming com o seu serviço Apple TV+ e é munida de um caixa robusto.

“A gente sabe que a Apple tem muito dinheiro em caixa e poderia, inclusive, fazer compras bem agressivas para ter ainda mais conteúdo”, diz o estrategista.

Para Thiago Lobão, CEO da Catarina Capital, o caso da Disney merece uma atenção mais detalhada.

“A empresa se valorizou muito pelo potencial do Disney+, teve um resultado de crescimento único de usuário”, comenta.

Lobão vê o serviço de streaming como o grande diferencial da Disney e destaca que a companhia ainda tem o que explorar em termos de geografia e solução de canais dentro da plataforma.

Roku, um estranho no ninho

O CEO da Catarina Capital chama atenção para uma inovação do mercado que ganhou “escala enorme” nos últimos tempos: a Roku (R1KU34).

De acordo com Lobão, muito se discute sobre o mapa competitivo dele, pois é uma empresa que compete diretamente com o YouTube TV e o Amazon Fire – ou seja, soluções de multicatálogos.

Lobão explica que, diferentemente do streaming de Netflix, Disney e Amazon, a Roku tem como foco aumentar a capacidade de monetização usuário a usuário.

Segundo o executivo, é um potencial de escala mais diferenciado e saudável, diferente do atual modelo de crescimento da Netflix.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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