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Prepare a carteira: Cotação do Brent dispara preço dos combustíveis na próxima semana

A partir de segunda-feira, dia 24 de janeiro, tanto o gasóleo como a gasolina vão custar mais nos postos de abastecimento em Portugal.

Neste cenário, os governos pontapeiam as metas climáticas e apoiam o investimento em combustíveis fósseis, para combater a inflação e o risco de agitação social enquanto repensam o caminho para um futuro baixo em carbono.

Apercebendo-se da subida dos preços das matérias-primas e do risco de um desastre económico devido ao calendário irrealista para a transição energética, os decisores políticos dão mais importância a sustentar a economia a curto prazo do que a salvar o ambiente a longo prazo.

Durante cinco anos, os Governos aliviam a burocracia no que toca ao investimento na produção de petróleo e durante dez anos flexibilizam os processos para a produção de gás natural, para incentivar os produtores a assegurarem abastecimentos adequados e preços razoáveis, colmatando assim a lacuna entre a energia disponível no presente e a energia limpa prevista para o futuro.
Pedro Brutt Pacheco
Fábio Carvalho da Silva fabiosilva@negocios.pt 21 de Janeiro de 2022 às 22:32

Os preços dos combustíveis vão seguir o disparo do preço do barril de petróleo no mercado internacional e aumentar na próxima semana. A partir de segunda-feira, dia 24 de janeiro, tanto o gasóleo como a gasolina vão custar mais nos postos de abastecimento em Portugal.

No caso do gasóleo simples, os preços deverão subir cerca de três cêntimos por litro para os 1,581 euros por litro, segundo os cálculos do Negócios. Já a gasolina simples 95 sobe cerca de dois cêntimo por litro, para os 1,725 euros, seguindo a tendência das últimas semanas. Desde meados de dezembro, que o gasóleo não sofria uma subida tão expressiva.

Este aumento ocorre numa altura em que o preço do barril de petróleo renovou máximos de mais de sete anos.

Esta sexta-feira, o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em março segue a perder 1,71% para 84,07 dólares por barril, depois de durante a madrugada lisboeta ter chegado a tombar 3,2%.

Já o contrato de março do Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 1,54%, para 87,02 dólares por barril, depois de há dois dias ter batido nos 89,09 dólares, a renovar máximos de mais de sete anos.

Estas quedas acompanharam a correção do mercado de commodities e a entrada em território negativo dos principais índices norte americanos. O mergulho foi reforçado, depois de a Casa Branca ter anunciado que "podemos trabalhar para libertar algumas reservas estratégicas". Recorde-se que os EUA têm sido os líderes nas negociações que têm levado alguns Estados, como a China, a disponibilizar reservas de "ouro negro".

Em 2021, a gasolina aumentou 19% e o gasóleo 21%, em grande parte devido ao disparo de mais de 50% da cotação do crude nos principais mercados internacionais - naquela que é a maior subida anual desde 2009. Foi o ano de alívio pandémico, se bem que por pouco tempo. Ainda assim, a variante ómicron assusta menos em termos de impacto na procura de energia.

Segundo a Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE), o mercado de combustíveis aumentou 5,14% em 2021. A recuperação verificada depois do "ano agudo de crise" de 2020 não é, no entanto, suficiente para recuperar os números registados no período pré-pandemia.

Para este ano reina a incerteza sobre o aumento do preço do petróleo, havendo analistas que apontam para uma linha de suporte de 75 dólares o barril e de resistência de 85 dólares, para o brent do Mar do Norte, como aqueles que apontam para cotações na ordem dos três dígitos, como é o caso da Bloomberg Intelligence.

Por cá, este ano, os condutores devem contar com a redução de ISP no dia 31 de janeiro de 2022 e o congelamento da taxa de carbono em março.

No que respeita à taxa de carbono, a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro), contactada pelo Negócios, estima que os combustíveis rodoviários possam sofrer "um aumento entre 4 e 5 cêntimos por litro (sem IVA), após março de 2022, devido ao aumento de 78% no preço das licenças de emissões de CO2 face ao período anterior".

Os cálculos têm por base a evolução destes dois derivados do petróleo (gasóleo e gasolina) e do euro. Mas o custo dos combustíveis na bomba dependerá sempre de cada posto de abastecimento, da marca e da zona onde se encontra.

Os novos preços têm em conta as variações calculadas pelo Negócios face ao preço médio praticado em Portugal esta semana e anunciado pela Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG).

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