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Mexer no onze nem sempre dá certo: As notas do Arouca-Benfica

As águias venceram com esforço os arouquenses e estão provisoriamente mais próximas dos líderes. Mas engane-se quem pensa que o 2-0 resultou de uma boa partida de futebol.

Mexer no onze nem sempre dá certo: As notas do Arouca-Benfica
Notícias ao Minuto

08:01 - 22/01/22 por Tiago Antunes

Desporto Análise

O Benfica venceu nesta sexta-feira com muito esforço e pouco brilhantismo. Os golos de Darwin Núñez e Gonçalo Ramos, misturados com a defesa de Vlachodimos ao penálti de João Basso, formaram a fórmula perfeita para uma vitória, diga-se, medíocre.

Tudo partiu de três mudanças no onze, uma forçada e a outras por opção, que em pouco resultaram. A partir dessas alterações, o treinador das águias parecia perder-se nas ideias, tirando quem não devia e fazendo entrar quem devia ter sido titular. 

No meio de uma exibição fraca, valeu o resultado final: a vitória por 2-0 e os três pontos que aproximaram a equipa das águias ao rival Sporting. Mas engane-se bem quem achou que foi um bom resultado, tendo em conta a performance da equipa.

Vamos às notas.

O destaque

No meio de uma partida bastante incaracterística, isto se olharmos para o costume do Benfica em toda a sua história e não para os últimos dois meses da atual temporada, fica difícil encontrar alguém que tenha sido um verdadeiro destaque. Sem exibições que encham minimamente os olhos, há que falar de Darwin Núñez que, apesar de ter jogar fora da sua posição habitual, mais descaído numa das alas em vez de marcar presença nas zonas de finalização, conseguiu acrescentar algo que faltou ao Benfica desesperadamente: golo. Começou mal ao desperdiçar de forma inacreditável por conta de alguma precipitação, mas redimiu-se ao bater com qualidade a grande penalidade. Os minutos que jogou na segunda parte foram fracos, mas acabou por fazer a diferença.

A surpresa

Se alguém se esmerou no meio de tudo isto foi Paulo Bernardo. O jovem médio foi lançado pela segunda vez seguida e, à imagem de Darwin, a jogar fora da sua habitual posição, foi dos mais irrequietos do lado das águias. Foi uma espécie de pêndulo entre a defesa e o ataque, ajudou Julian Weigl e João Mário a fechar o meio campo e ocupou espaços na linha de ataque bastante avolumada ainda com Darwin, Yaremchuk e Rafa Silva. Saiu por desgaste, o que mostrou a exibição que fez, e certamente vai começar a contar mais do que Meité e Taarabt, por exemplo.

A desilusão

Um ponta de lança não conseguir fazer um único remate, nem que seja para as nuvens, em 45 minutos de jogo, é obra mesmo. Yaremchuk esteve completamente fora da partida. Foi opção no lugar de Seferovic, mas de nada valeu. Não se antecipou em muitas jogadas em que era necessário agir, não apareceu nas zonas certas para finalizar, escondeu-se do jogo e o ataque do Benfica só ganhou com a sua saída. Com Gonçalo Ramos a precisar de menos tempo de jogo para marcar golo, parece que as oportunidades do ucraniano vão começar a escassear.

Os treinadores

Armando Evangelista

O técnico do Arouca merece uma distinção por ter pedido à sua equipa que fosse igual a si própria. Foi uma equipa ofensiva, pressionante, atrevida e com muitas oportunidades para fazer o golo. Não o conseguiu por conta de uma exibição de qualidade de Vlachodimos, que proibiu o golo várias e várias vezes, até da marca de grande penalidade. A contrariedade de estar privado dos goleadores André Silva e Oday Dabbagh acabou por custar os golos que não apareceram, mas não lesaram a dedicação e o caudal ofensivo da equipa. A jogar da forma como se apresentou frente a um grande, o Arouca terá grandes chances de chegar ao final da temporada livre da despromoção que ainda o ameaça.

Nélson Veríssimo

Começou mal ao mexer em peças do onze que não deveriam ser mexidas. Tirou Morato que vinha de uma série positiva, a ganhar ritmo de jogo, para colocar um Vertonghen várias vezes apanhado no contragolpe, tirou Gilberto para colocar Lázaro que pouco ou nada acrescentou no plano ofensivo, principalmente, e na vaga de Seferovic, fora dos convocados por lesão, promoveu a entrada de Yaremchuk que já se sabe no que deu. Depois deixou toda a gente confusa quando começou o jogo num 4-4-2, mas com três médios centros em campo. João Mário e Paulo Bernardo foram trocando de posição sem sentido, rodando entre o centro e a ala, isto tirando o lugar a Everton que tem crescido na equipa. Assumiu na conferência de pós-jogo que jogou num 4-3-3, e quem somos nós para contrariá-lo. Mas fica a dúvida. Por último, leu mal o jogo, tirando quem estava a crescer na partida, logo numa fase em que parecia que o tabuleiro estava a inclinar para o lado das águias. Rafa Silva é o caso mais gritante, dando espaço a Diogo Gonçalves que poderia muito bem ter entrado no lugar de Lázaro para dar maior volume ofensivo. Apesar da vitória bem suada, é esperado um valente crescimento da equipa para que a luta do campeonato se mantenha viva. Caso contrário, será outra época igual à anterior.

O árbitro

Teve nos dois penáltis as maiores decisões da partida. Ajuizou contra o infrator nas duas vezes e bem. Os ânimos mantiveram-se controlados, muito por conta da partida aborrecida que se jogou no Municipal de Arouca, e por isso mesmo não teve grandes preocupações.

Leia Também: Penálti empurra Benfica pouco extraordinário à vitória em Arouca

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