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Microsoft dá pontapé de saída em semana de resultados das tecnológicas

A empresa norte-americana de software é a primeira a divulgar as contas do segundo trimestre do ano fiscal de 2022. Segue-se a Tesla, a Intel e a Apple.
25 Janeiro 2022, 08h20

Hoje é uma terça-feira que soa a segunda-feira no sector tecnológico porque marca o início de uma semana de apresentação de resultados trimestrais de gigantes como Microsoft, Tesla, Intel e Apple, sem descurar a monstruosa fabricante de computadores IBM, que divulgou o relatório financeiro ontem, ou mesmo a mais pequena suíça Logitech, que o fará daqui a umas horas.

Ao longo dos próximos dias, os números que chegarão a público vão dar sinais sobre a resiliência da indústria da tecnologia, que já caiu 10% em bolsa este ano. Os investidores estão expectantes sobre o que advirá da reunião de quarta-feira da Reserva Federal (Fed) norte-americana e estas empresas têm vindo a ser castigadas perante as dúvidas sobre o baixo custo da dívida, que impulsionou o seu crescimento até aqui, se manterá.

A Microsoft abre as hostilidades e as conjeturas auguram a favor. A empresa fundada por Bill Gates e Paul Allen – que vale mais de 2 biliões de dólares – vai divulgar as contas do segundo trimestre do ano fiscal de 2022, depois do fecho das praças de Nova Iorque, e as estimativas apontam para receitas de 50,3 mil milhões de dólares (cerca de 44,5 mil milhões de euros), o que representaria um crescimento homólogo de 16,8%. Os lucros por ação deverão fixar-se nos 2,29 dólares ou 2,28 dólares, mais 13% do que no mesmo trimestre do ano passado.

O analista Brent Thill, da Jefferies, acredita que as previsões para esta noite são “alcançáveis”, embora devam ficar “progressivamente mais difíceis ao longo dos próximos meses”, uma vez que o crescimento das vendas da empresa este ano deverá ver de 14% quando em 2021 havia sido de 20%. “O foco do investidor será provavelmente nos 88 mil milhões de dólares acumulados em M&A [fusões e aquisições] e se a Microsoft está a comprar crescimento de receita ou vê isso como uma forma de expandir no mercado. Os itens-chave a observar são a Azure”, referiu.

No primeiro trimestre deste ano fiscal, a fabricante de software surpreendeu ao mercado porque teve lucros de 20,5 mil milhões de dólares (18 mil milhões de euros), o que mostrou uma subida homóloga de 48%, e receitas de 45,3 mil milhões de dólares (na ordem dos 40 mil milhões de euros), mais 22% comparativamente aos três meses anteriores. Às 22h30 (hora de Lisboa) haverá uma conference call com a presença de Satya Nadella, CEO e presidente do conselho de administração da empresa CEO e Amy Hood, vice-presidente executiva e diretora financeira, para explicar os novos valores.

No dia em que serão conhecidas as novas decisões de política monetária da Fed, é a vez da fabricante automóvel Tesla e da Intel “falarem” ao mercado. O consenso de Wall Street para a multinacional de Elon Musk é de que haja um crescimento nas receitas superior a 50%, para 16,65 mil milhões de dólares (14,70 mil milhões de euros). Por outro lado, prevê-se que a produtora de chips da Califórnia tenha uma queda de 40% nos lucros por ação e uma perda de 7% nas vendas, para 18,4 mil milhões de dólares (16,3 mil milhões de euros).

“A Intel continua controversa. O ceticismo de longo prazo permanece e as perdas das ações continuarão até que os produtos subam no Intel 4 (antigo 7nm), mas com um novo diretor financeiro, melhorias de outlook do mercado de PC e servidores, entradas de caixa do governo dos Estados Unidos, Mobileye [subsidiária israelita] no horizonte e um dia do analista em fevereiro agora reconfirmado, estamos cautelosamente otimistas de que o sentimento pode continuar a melhorar gradualmente”, defendeu Matthew Ramsay, analista da Cowen, à “Yahoo Finance”.

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