Os FIIs mais recomendados pelos analistas para comprar em maio; HGCR11 entra na seleção

O Bresco Logística (BRCO11) segue como o fundo imobiliário mais recomendado pelo nono mês seguido

Wellington Carvalho

Publicidade

Após emendar em abril dois meses seguidos no positivo – o que não ocorria desde fevereiro de 2021 – os fundos imobiliários iniciaram maio no campo negativo. Nas primeiras sessões do mês, o Ifix – índice dos FIIs mais negociados na Bolsa – acumula queda de 1%. Em meio aos resultados, os fundos de logística e de recebíveis seguem sendo os preferidos dos analistas.

Na compilação feita pelo InfoMoney com os fundos imobiliários mais recomendados para maio, a novidade fica por conta do CSHG Recebíveis Imobiliários (HGCR11), que substitui o TRX Real Estate (TRXF11). O Bresco Logística (BRCO11) segue como o mais citado pelo nono mês consecutivo.

A compilação do InfoMoney apresenta os cinco ativos mais recomendados para o mês. Para critério de desempate, são selecionados aqueles com maior volume médio de negociação nos últimos 12 meses, com base em dados da provedora de informações financeiras Economatica.

Série exclusiva

Renda Extra Imobiliária

Descubra o passo a passo para viver de renda e receber seu primeiro aluguel na conta nas próximas semanas, sem precisar ter um imóvel

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Confira a seguir os fundos imobiliários mais recomendados pelos analistas para maio, o número de recomendações e a rentabilidade de cada papel em abril, no acumulado do ano e nos últimos 12 meses:

Ticker Fundo Segmento Recomendações Retorno em abril de 2022 (%) Retorno em 2022 (%) Retorno em 12 meses (%)
BRCO11 Bresco Logística Logística 8 2,79 0,47 -1,99
KNCR11 Kinea Rendimentos Imobiliários Recebíveis 5 1,66 3,29 17,22
BTLG11 BTG Pactual Logística Logística 5 0,49 -0,82 -2,37
HGRU11 CSHG Renda Urbana Renda Urbana 5 3,90 0,39 2,35
HGCR11 CSHG Recebíveis Imobiliários Recebíveis 5 -0,14 3,59 8,18
IFIX 1,19 -0,7 -2,5

OBS.: A rentabilidade leva em consideração o reinvestimento dos dividendos e a cotação do dia 04/05/2022

Fonte: Economatica e corretoras (Ativa Investimentos, BTG Pactual, Genial, Guide, Mirae Asset, Órama, Itaú BBA, Santander e Rico, BB Investimentos)

Continua depois da publicidade

Descubra o passo a passo para viver de renda com FIIs e receber seu primeiro aluguel na conta nas próximas semanas, sem precisar ter um imóvel, em uma aula gratuita.

CSHG Recebíveis Imobiliários (HGCR11)

Focado no investimento em certificados de recebíveis imobiliários (CRI), o CSHG Recebíveis é a novidade da lista dos mais recomendados para o mês de maio, com cinco recomendações.

Segundo o último relatório gerencial do fundo, divulgado em abril, a carteira terminou o mês de março com 97,6% do patrimônio líquido – de 1,287 bilhão – alocado em CRIs indexados ao CDI (50,2%) e ao IPCA (49,8%).

“Com a nova alta da Selic, os FIIs que têm uma carteira balanceada entre CDI e inflação, como é o caso do CSHG Recebíveis, serão positivamente beneficiados”, afirma Flávio Pires, analista do Santander.

Adicionalmente, ele destaca a classificação de risco dos CRIs presentes na carteira do fundo, que oferece maior segurança ao investidor.

“O fundo possui um portfólio de CRIs defensivo, sem exposição a segmentos mais ‘apimentados’ como o de loteamentos ou multipropriedades”, afirma.

De acordo com a equipe de gestão do CSHG Recebíveis, mais de 45% dos CRIs do portfólio têm classificação de risco entre A e AAA, níveis mais seguros.

O último relatório gerencial do CSHG Recebíveis também aponta uma taxa de retorno com dividendos do fundo de 11,8% nos últimos 12 meses. No próximo dia 13, a carteira deposita R$ 1,10 por cota, equivalente a um retorno de 1,03% no período.

Bresco Logística (BRCO11)

Mais recomendado do mês – oito indicações – o Bresco Logística possui 11 propriedades com 446 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL) e potencial para expansão do espaço em 6%.

A receita anual gerada pelo portfólio é de R$146 milhões, sendo 36% provenientes de propriedades localizadas na cidade de São Paulo, região nobre para o segmento logístico.

Os contratos de locação possuem prazo médio remanescente de 5,1 anos e 48% dos vínculos são considerados atípicos, ou seja, com prazo de duração mais longo.

De acordo com a gestão, aproximadamente 93% dos atuais inquilinos são classificados como grau de investimento AAA ou AA, níveis mais elevados da escala das agências de ratings. A maior parte dos locatários – mais de 90% – atua nos segmentos de varejo, e-commerce e bens de consumo.

Fonte: Bresco Logística

“Entre os diferenciais do Bresco estão exatamente a grande exposição ao Estado de São Paulo, os contratos atípicos e a qualidade dos imóveis”, aponta Daniel Marinelli, analista do BTG Pactual.

De acordo com o especialista, o conjunto de fatores positivo colabora com a previsibilidade de receitas do fundo e, consequentemente, com a distribuição de dividendos.

No próximo dia 10, o Bresco Logística deposita R$ 0,63 por cota, equivalente a um retorno mensal de 0,62%. Em 12 meses, o percentual é de 7,6%, aponta o relatório gerencial divulgado em abril.

Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11)

Figurinha conhecida na lista dos fundos imobiliários mais recomendados, o Kinea Rendimentos Imobiliários tem atualmente um patrimônio líquido de 3,9 bilhões. 94,1% do montante está investido em CRIs, aponta relatório gerencial do fundo divulgado nesta quarta-feira (4).

De acordo com o documento, 83% dos títulos estão indexados atualmente ao CDI. Boa parte do portfólio do fundo – quase 90% – também está concentrado nos segmentos de escritórios e de shoppings.

Composição do portfólio do Kinea Rendimentos Imobiliários

Fonte: Kinea Rendimentos Imobiliários

Na avaliação de Maria Fernanda Violatti, analista da XP e responsável pela carteira recomendada de fundos imobiliários da Rico, o Kinea Rendimentos se beneficia do atual cenário econômico.

“Dado a alta exposição aos títulos atrelados ao CDI, o fundo se beneficia com o cenário de alta de juros”, destaca. “Esperamos que o fundo possa obter rendimentos mais elevados nos próximos meses”, aponta.

No dia 12 de maio, o fundo deposita R$ 0,97% por cota, montante equivalente a um retorno mensal de 0,95%. Em doze meses, a taxa de retorno com dividendos da carteira está em 8,48, de acordo com dados da Economatica, plataforma de informações financeiras.

BTG Pactual Logística (BTLG11)

Assim como o Kinea Rendimentos Imobiliários e o CSHG Recebíveis, o BTG Pactual Logística também recebeu, em maio, cinco recomendações entre as dez corretoras monitoradas pelo InfoMoney.

O portfólio do fundo é composto por 15 imóveis que, juntos, somam uma ABL de 564 mil metros quadrados. Os espaços representam boa parte do patrimônio líquido do fundo, na casa de R$ 1,5 bilhão.

Para Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos, BTG Pactual Logística é o melhor FII para absorver o bom momento vivido pelo setor logístico, que apresentou forte expansão durante a pandemia da Covid-19.

“Vemos o fundo como o melhor nome para se estar posicionado, visto seu amplo histórico de aquisições e valor reprimido em ativos do portfólio”, destaca Crespi.

De acordo com o analista, a localização dos principais imóveis – quase 70% a, no máximo, 60 quilômetros da capital paulista – também valoriza o portfólio da carteira.

Fonte: BTG Pactual Logística

No último dia 14, o fundo depositou R$ 0,72 por cota, montante que representa um retorno mensal de 0,69%. Em doze meses, a taxa de retorno com dividendos do BTG Pactual Logística está em 8,38%, conforme indica relatório gerencial divulgado no início do mês passado.

CSHG Renda Urbana (HGRU11)

Também com cinco recomendações no mês, o CSHG Renda Urbana tem atualmente uma ABL de 433 mil metros quadrados e um patrimônio líquido de R$ 2,18 bilhões.

Os imóveis do fundo abrigam principalmente locatários ligados aos segmentos de varejo alimentício, varejo de vestuário e educacional, que respondem por mais de 90% das receitas do fundo.

Entre os inquilinos, estão nomes como Big, Sam’s Club, Ibmec, São Judas, Estácio e Casas Pernambucanas. Além dos imóveis, o portfólio do fundo conta também com cotas de outros FIIs, especialmente o Succespar Varejo ([ativo=SPVJ11]), segunda maior posição na carteira.

Larissa Nappo, analista do Itaú BBA, afirma que o CSHG Renda Urbana é um interessante veículo para geração de receita e, consequentemente, de dividendos.

“Visto a quantidade de contratos atípicos (83%), a localização de seus imóveis e o vencimento alongado de seus contratos (a partir de 2029)”, avalia.

No dia 13 de maio, o fundo deposita R$ 0,82 por cota, montante equivalente a um retorno de 0,71% no mês. Em 12 meses, a taxa de retorno com dividendos da carteira é de 8,8%.

O que observar em maio

Os índices de inflação e a taxa básica de juros da economia nacional, a Selic, seguem no radar dos investidores, especialmente os cotistas dos fundos de “papel”, que investem em títulos de renda fixa indexados a índices de inflação e ao CDI (certificado de depósito interbancário), que acompanha os juros. A elevação dos indicadores nos últimos anos ajudou na valorização dessa classe de fundos imobiliários.

Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do Brasil, subiu 1,73%, a maior variação mensal desde fevereiro de 2003 (2,19%) e a maior alta para abril desde 1995 (1,95%).

Atento ao cenário, os fundos imobiliários de “papel” têm aumentado a concentração de títulos indexados ao IPCA. A alocação aumentou dez pontos percentuais (P.P) nos últimos 12 meses, aponta relatório do Santander, assinado por Flávio Pires.

Fonte: Santander

Popularmente conhecido como “inflação do aluguel”, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 1,41% em abril, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (28) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). No mês anterior, o indicador havia acumulado alta de 1,74%.

Com o resultado de abril, o IGP-M acumula alta de 6,98% no ano e de 14,66% em 12 meses. Em abril de 2021, o índice havia subido 1,51% e acumulava alta de 32,02% em 12 meses.

Outro indicador monitorado pelos investidores, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), havia registrado variação de 0,87% em abril, contra 0,73% do mês anterior. No ano, a alta acumulada chega a 2,74% e, em 12 meses, 11,54%.

Nesta quarta-feira (4), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central optou por elevar a Selic em 1 ponto percentual, para 12,75%, decisão que também favorece os fundos com títulos indexados ao CDI.

Descubra o passo a passo para viver de renda com FIIs e receber seu primeiro aluguel na conta nas próximas semanas, sem precisar ter um imóvel, em uma aula gratuita.

Newsletter

Liga de FIIs

Receba em primeira mão notícias exclusivas sobre fundos imobiliários

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.