Acionistas chumbam prémio especial do CEO do JP Morgan

Numa ação inédita o CEO do JP Morgan Chase & Co, Jamie Dimon, viu o seu prémio especial de opções sobre ações, no valor de 52,6 milhões de dólares – que o banco decidiu atribuir-lhe no ano passado para permanecer no cargo por pelo menos mais cinco anos – chumbado pelos acionistas, avança a Reuters.

Apenas 31% dos votos aprovaram os pagamentos de prémios aos executivos do JP Morgan relativos a 2021, de acordo com uma contagem preliminar anunciada na reunião anual da empresa.

Por causa do prémio especial houve duas grandes empresas de consultoria que recomendaram aos acionistas votar “não” na Assembleia Geral ao ponto sobre os salários.

A Institutional Shareholder Services Inc e a Glass Lewis & Co criticaram a atribuição de opções a Jamie Dimon por não haver critérios de desempenho a suportar a aquisição dos direitos. Os investidores acabaram por se inspirar na recomendação daqueles consultores.

Dimon, de 66 anos, manterá o prémio, mas esses votos serão seguidos de perto como um teste de tolerância dos investidores em relação à remuneração dos executivos e ao pagamento de prémios.

Se o CEO do JP Morgan continuar a trabalhar no banco por mais cinco anos, as opções serão adquiridas, embora ele ainda possa recebê-las se sair para trabalhar para o governo ou concorrer a cargos públicos.

As ações inerentes às opções devem ser mantidas durante 10 anos.

O suporte médio para pacotes de remuneração nas empresas do S&P 500 foi de 88,3% em 2021, abaixo dos 89,6% em 2020 e 90% em 2019, segundo a consultora Semler Brossy, segundo a Reuters.

Os administrador do JP Morgan disseram que o prémio especial não seria recorrente e “reflete o desejo do conselho de que Dimon continue a liderar o banco por mais um número significativo de anos”.

O prémio foi destacado do pacote de pagamento anual usual de Dimon, que aumentou 10%, para 34,5 milhões de dólares em 2021.

O Conselho de Administração fez prevalecer as suas recomendações sobre todas as outras questões. Todos os administradores, incluindo Dimon, foram reeleitos com mais de 92% dos votos, segundo a Reuters.

A estrutura acionista do JP Morgan é detida em grande parte por investidores institucionais.