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Consórcio liderado pela Qualcomm quer comprar grande parte da Arm para a manter independente

A tecnológica e outras empresas querem controlar a Arm para a manter livre.
3 Junho 2022, 19h00

A vida recente da Arm tem sido algo instável. O destino da empresa já esteve definido várias vezes: a Nvidia tinha tudo preparado para a comprar, mas o negócio acabou por não se concretizar. Depois, era para entrar na bolsa de Nova Iorque, mas o chefe da divisão chinesa da empresa bloqueou a decisão, duas vezes. O conselho de administração tentou despedi-lo, mas ele recusou aceitar a votação, duas vezes. A mesma pessoa está actualmente a tentar bloquear outra vez a oferta pública da Arm. E agora, um consórcio de investidores, liderado pela Qualcomm, está interessado na aquisição do máximo de acções que for possível para manter a empresa independente.

Em 2020 a Nvidia tinha chegado a acordo com a SoftwBank para aquisição da Arm, mas devido a problemas com os reguladores, a Nvidia desistiu do negócio que estava avaliado em 40 mil milhões de dólares. Em alternativa, a SoftBank estava a planear uma oferta pública de acções, avaliada em 60 mil milhões de dólares, que ia arrancar ante do final do ano fiscal de 2023,

Mas para a Qualcomm, uma entrada em bolsa da Arm seria um problema tão grave para a independência da empresa e para a indústria, como uma compra por parte da Nvidia.

Segundo declarações de Cristiano Amon, CEO da Qualcomm, ao Financial Times: “Somos uma parte interessada num investimento. A Arm é um activo muito importante e vai ser essencial para o desenvolvimento da indústria.”

A Qualcomm depende muito da arquitectura de chips desenvolvida pela Arm para os vários SoC que vende a vários fabricantes de smartphones, tablets e outros dispositivos. Se uma única empresa conseguisse controlar completamente a Arm, podia haver um impacto negativo em todas as empresas que constroem produtos baseados na tecnologia da Arm. Amon disse que a Arm precisa de ser controlada por várias empresas, para que se mantenha independente, mas não mencionou que empresas.

O consórcio ainda não começou as negociações com a SoftBank, porque está à espera que os problemas que a Arm tem na China sejam resolvidos. Apesar de há quase dois anos, a SoftBank ter anunciado uma oferta pública de acções da Arm na Bolsa de Nova Iorque, o negócio tem sido bloqueado sucessivamente pelo chefe da divisão chinesa, Allen Wu.

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