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No Reino Unido, Apple arrisca-se a indemnizar até 25 milhões de clientes

O autor da reclamação, Justin Gutmann, alega que a empresa enganou os clientes sobre uma atualização que devia melhorar o desempenho, mas, na verdade, deixou os telefones mais lentos. “Em vez de fazer a coisa honrosa pelos clientes e oferecer uma substituição gratuita, serviço de reparo ou compensação, a Apple enganou as pessoas”, disse.
16 Junho 2022, 14h47

A Apple arrisca-se a indemnizar até 25 milhões de usuários do iPhone no Reino Unido, num valor que pode rondas os 768 milhões de libras (quase 900 milhões de euros) à conta de um ação legal apresentada ao Tribunal de Apelação da Concorrência que acusa a empresa de diminuir secretamente o desempenho de telefones mais antigos num processo conhecido como “estrangulamento”.

Segundo a “BBC”, o autor do processo, Justin Gutmann, alega que a empresa enganou os clientes sobre uma atualização que devia melhorar o desempenho, mas, na verdade, deixou os telefones mais lentos.

A Apple diz que “nunca” encurtou intencionalmente a vida útil dos seus produtos ou para “degradar a experiência do usuário para impulsionar as atualizações do cliente”. “O nosso objetivo sempre foi criar produtos que nossos clientes adoram, e fazer com que os iPhones durem o máximo possível é uma parte importante disso”, explicou a tecnológica em comunicado.

A reclamação refere-se, em concreto, à introdução de uma ferramenta de gestão de energia lançada numa atualização de software para usuários do iPhone em janeiro de 2017, para combater problemas de desempenho e impedir que dispositivos mais antigos desliguem abruptamente.

Gutmann, um defensor do consumidor, afirma que as informações sobre a ferramenta não foram incluídas na descrição do download da atualização de software na época e que a empresa não deixou claro que isso tornaria os dispositivos mais lentos.

Ele diz que a Apple introduziu a ferramenta para esconder o facto de que as baterias do iPhone podem ter se esforçado para executar o software iOS mais recente e que, em vez de recolher produtos ou oferecer baterias de reposição, a empresa pressionou os usuários a atualizar o software.

“Em vez de fazer a coisa honrosa pelos clientes e oferecer uma substituição gratuita, serviço de reparo ou compensação, a Apple enganou as pessoas ao ocultar uma ferramenta em atualizações de software que retardaram seus dispositivos em até 58%”, declarou.

Os modelos cobertos pela reivindicação são os modelos iPhone 6, 6 Plus, 6S, 6S Plus, SE, 7, 7 Plus, 8, 8 Plus e iPhone X. Com base na natureza da ação, os clientes não precisarão participar ativamente do caso para receber a indemnização.

Mas este tipo de casos não é novidade. A alegação de Gutmann surge dois anos depois de, nos Estados Unidos, a Apple ter concordado pagar 113 milhões de dólares para resolver as alegações de que desacelerou os iPhones 6 e 7 e SE de milhões de pessoas, num escândalo que remonta a 2016 e que foi apelidado de Batterygate.

Em 2020, trinta e três estados dos EUA alegaram que a Apple fez isso para levar os usuários a comprar novos dispositivos.

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