Por g1


Agrotóxico Roundup, da Monsanto, comprada pela Bayer, é visto em prateleira de varejista próximo a Bruxelas — Foto: Yves Herman/Reuters

A Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou o recurso da Monsanto, propriedade do grupo alemão Bayer, para encerrar milhares de processos alegando que seu herbicida Roundup causa câncer. O produto é feito à base de glifosato, o agrotóxico mais vendido no mundo e no Brasil.

Nesta terça-feira (21), os juízes ratificaram de forma definitiva a sentença que a condenava o grupo a pagar US$ 25 milhões para o morador da Califórnia, Edwin Hardeman. Ele alega que teve câncer por usar o Roundup por décadas para tratar carvalho venenoso.

O Tribunal não justificou a decisão, mas ela pode acarretar graves consequências ao grupo que é alvo de mais de 30 mil denúncias semelhantes.

A Bayer afirmou que reservou US$ 4,5 bilhões de dólares adicionais para enfrentar novos processos judiciais.

Argumentou também que os reguladores federais determinaram repetidamente que seus produtos são seguros e que as ações judiciais baseadas em reivindicações sob as leis estaduais deveriam ser rejeitadas.

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Herança da Monsanto

A Bayer herdou a disputa legal com a aquisição da Monsanto, em 2018, empresa que criou o herbicida Roundup.

A empresa disse que décadas de estudos mostraram que o Roundup e o glifosato são seguros para uso humano.

O Roundup, que a Monsanto levou ao mercado pela primeira vez em 1974, é amplamente usado por agricultores nos Estados Unidos e no Brasil, em lavouras geneticamente modificadas para resistir ao seu efeito herbicida.

O que é o glifosato e para que serve?

Trata-se de um princípio ativo, isto é, uma molécula desenvolvida na fabricação de produtos químicos. Inicialmente, o glifosato surgiu na indústria farmacêutica e também chegou a ser usado para limpar metais. Porém, se popularizou nos herbicidas da Monsanto, que hoje pertence à Bayer.

Ele serve para matar as plantas silvestres que estão na área antes do plantio de uma safra.

A predominância desse pesticida, segundo agrônomos, se deve à sua eficácia, maior que qualquer outro produto de sua categoria (herbicida). O glifosato pode controlar mais de 150 espécies de plantas daninhas, em diversas culturas.

Não é comum ele ser usado durante o ciclo de produção porque pode afetar o cultivo principal. Mas uma exceção é na soja, maior cultura agrícola do Brasil. Isso porque as plantas transgênicas possuem resistência, então é possível utilizar o agrotóxico durante todo o ciclo.

Por outro lado, as ervas daninhas também aumentaram a resistência ao pesticida, o faz com que o glifosato esteja sendo misturado a outros, para funcionar melhor.

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