Notas de dólar — Foto: REUTERS/Dado Ruvic
O dólar fechou em queda nesta segunda-feira (27), acompanhando movimento visto no exterior e refletindo disparada do preço de várias commodities.
A moeda norte-americana recuou 0,37%, vendida a R$ 5,2334. Veja mais cotações.
Já o Ibovespa opera em alta.
Na sexta-feira, o dólar subiu 0,45%, a R$ 5,2528 – maior patamar de fechamento desde 8 de fevereiro deste ano (R$ 5,2601). Com o resultado desta segunda, passou a acumular alta de 10,14% no mês. No ano, ainda tem desvalorização de 6,12% frente ao real.
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Lá fora, o dólar norte-americano recuou frente outras moedas, à medida que as expectativas de inflação abrandaram, levando a uma reavaliação das perspectivas de subida agressiva das taxas de juro.
O banco central dos Estados Unidos aumentou rapidamente as taxas de juro para conter a inflação, em máximos de 40 anos, alimentando o receio de que as suas ações possam fazer cair a maior economia do mundo numa recessão.
Mark Haefele, director de investimentos do UBS Global Wealth Management, escreveu em nota a clientes que o principal motor dos mercados na segunda metade de 2022 será a percepção dos investidores sobre se estamos a caminhar para a estagflação, para a reflação, para uma aterragem suave, ou para uma queda.
Por aqui, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira que o pior momento da inflação no Brasil já passou, destacando que o país está muito perto de finalizar todo o trabalho de elevação de juros para domar a alta de preços.
Há duas semanas, o Banco Central subiu a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, a 13,25% ao ano, e disse que antevê um novo ajuste, de igual ou menor magnitude, na reunião de agosto. A autoridade monetária não especificou na ocasião se esse seria o último ajuste do agressivo ciclo de aperto monetário iniciado em 2021.
Já os receios fiscais locais ganharam força desde que o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), relator da chamada PEC dos Combustíveis, afirmou que o texto vai incluir na Constituição federal um aumento de 200 reais no valor do Auxílio Brasil, reajuste do auxílio-gás em torno de 70 reais e a criação de um "voucher caminhoneiro" de 1.000 reais.
Estas são propostas que sugerem aumento do gasto público no curto prazo e possível rompimento do teto de gastos, alertaram em relatório analistas da Genial Investimentos. "Mais preocupante é a ofensiva de membros e apoiadores do governo no sentido de mudar reformas estruturais importantes que foram aprovadas nos últimos seis anos e que têm sido fundamentais para gerar equilíbrio fiscal", continuaram, dizendo enxergar ameaça à Lei das Estatais em meio ao que muitos veem como interferência política na Petrobras.