Por g1


Notas de dólar — Foto: Reuters/Dado Ruvic

O dólar fechou em queda nesta quarta-feira (29), perdendo fôlego depois de alcançar o maior patamar em quase cinco meses na última sessão, com os participantes monitorando dados sobre a economia dos Estados Unidos.

A moeda norte-americana caiu 1,38%, vendida a R$ 5,1922. Na mínima da sessão, chegou a R$ 5,1887. Veja mais cotações.

Na terça, o dólar fechou em alta de 0,60%, a R$ 5,2649 – maior patamar de fechamento desde 4 de fevereiro (R$ 5,3206). Com o resultado desta quarta, passou a acumular alta de 9,27% no mês. No ano, ainda tem desvalorização de 6,86% frente ao real.

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A baixa veio na contramão da valorização de 0,6% do índice do dólar contra uma cesta de rivais de países ricos nesta tarde.

"Esta queda do dólar por aqui já faz parte do início da tradicional briga da taxa Ptax de final de mês, com os vendidos (agentes que apostam na queda da moeda norte-americana contra o real) desde hoje tentando mostrar a sua força", comentou Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para liquidação de derivativos. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas ou vendidas em dólar, o que geralmente eleva a volatilidade.

Na cena local, o foco dos investidores também continuou na tramitação da PEC dos Combustíveis no Congresso, que recentemente reacendeu temores fiscais por aumentar os gastos públicos às vésperas das eleições.

O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), relator da proposta, anunciou nesta quarta-feira (29) ter abandonado o texto original e informou que recorrerá a outro projeto para propor um pacote social com medidas estimadas em R$ 38,7 bilhões.

O texto da PEC dos Combustíveis previa compensação a estados que desonerassem os combustíveis. A nova proposta de Bezerra prevê ampliar o Auxílio Brasil e conceder um "voucher" a caminhoneiros.

Na agenda de indicadores, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 0,59% em junho, abaixo do esperado, desacelerando para 10,70% no acumulado em 12 meses. A confiança do comércio avançou a atingiu o maior nível desde agosto de 2021. Já a confiança de serviços tem 4ª alta mensal, mas perdeu força.

No exterior, o foco permaneceu nos temores de uma recessão global, com os investidores em busca de pistas sobre a trajetória da política monetária nos EUA após várias autoridades do Federal Reserve (Fed) defenderem aumentos mais rápidos dos juros para reduzir a inflação elevada.

Além de alimentarem os riscos para a atividade, por restringir os gastos do consumidor, juros mais altos tendem a atrair recursos para o mercado de renda dos Estados Unidos, já que elevam os retornos da dívida do país, considerada extremamente segura.

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