Por g1


Notas de dólar — Foto: Reuters/Dado Ruvic

O dólar subiu nesta quinta-feira (30), em meio a temores globais de recessão e incertezas fiscais domésticas, e fechou junho com alta acumulada de mais de 10%.

A moeda norte-americana subiu 0,78%, vendida a R$ 5,2327. Veja mais cotações. Na máxima, chegou a ser cotada a R$ 5,2705. Na mínima, marcou R$ 5,1875.

A sessão foi marcada pela volatilidade devido à formação da Ptax de fim de mês e trimestre. A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve como referência para algumas operações financeiras.

No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 1,38%, vendida a R$ 5,1922. Com o resultado desta quinta, o dólar acumulou alta de 10,13% em junho. No ano, ainda tem desvalorização de 6,14% frente ao real.

Já o Ibovespa teve um recuo de 1,08%, a 98.542 pontos.

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O que está mexendo com os mercados?

Na cena local, o foco dos investidores continuou na tramitação da PEC dos Combustíveis no Congresso, que recentemente reacendeu temores fiscais por aumentar os gastos públicos às vésperas das eleições.

O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), relator da proposta, anunciou na quarta-feira (29) ter abandonado o texto original e informou que recorrerá a outro projeto para propor um pacote social com medidas estimadas em R$ 38,7 bilhões.

O texto da PEC dos Combustíveis previa compensação a estados que desonerassem os combustíveis. A nova proposta de Bezerra prevê ampliar o Auxílio Brasil e conceder um "voucher" a caminhoneiros.

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O Banco Central admitiu que a meta de inflação será descumprida pelo segundo ano seguido em 2022. De acordo com a instituição, a probabilidade de a inflação superar o teto da meta neste ano passou de 88%, em março, para 100% em junho. Para 2023, o Banco Central estimou que a probabilidade de superar o teto do sistema de metas avançou de 12% para 29%. Em 2022, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%.

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 9,8% no trimestre encerrado em maio, com a falta de trabalho atingindo 10,6 milhões de brasileiros.

No exterior, o foco permaneceu nos temores de uma recessão global, com os investidores em busca de pistas sobre a trajetória da política monetária nos EUA após várias autoridades do Federal Reserve (Fed) defenderem aumentos mais rápidos dos juros para reduzir a inflação elevada.

"A aversão a risco é global, não vale só para o real. Existe esse medo generalizado de uma recessão global, e, quando isso acontece, o investidor fica mais propenso a ir para ativos seguros", como o dólar, disse à Reuters Michelle Hwang, estrategista de câmbio e juros do BNP Paribas.

Porém, dados divulgados nesta quinta mostram que os gastos dos consumidores dos Estados Unidos aumentaram menos do que o esperado em maio em meio à escassez de veículos motorizados, enquanto preços mais altos forçaram cortes nas compras de outros bens, outro sinal de que a recuperação do crescimento econômico no início do segundo trimestre está perdendo força. Já a inflação manteve tendência ascendente em maio, com o índice PCE subindo 0,6% no mês passado e 6,3% nos 12 meses até maio.

O consumo mais lento provavelmente será bem recebido pelo Fed, que está procurando domar a inflação através de um aperto agressivo da política monetária. O banco central dos EUA este mês aumentou sua taxa de juros em 0,75 ponto percentual, maior alta desde 1994.

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