A Starbucks vai encerrar 16 lojas nos Estados Unidos, devido a repetidos problemas de segurança, incluindo o uso de drogas e outros comportamentos perturbadores que ameaçam os funcionários, divulgou esta terça-feira a multinacional norte-americana de café.
A gigante do café vai fechar seis lojas em Seattle, cidade onde a empresa está sediada, seis em Los Angeles, duas em Portland e Oregon e uma em Filadélfia e outra em Washington.
A empresa adiantou que os funcionários destas lojas terão a oportunidade de se transferirem para outros estabelecimentos.
Os encerramentos fazem parte de um esforço maior para responder às preocupações dos funcionários e garantir que as lojas sejam seguras e acolhedoras.
Numa carta dirigida aos empregados, os vice-presidentes seniores de operações da Starbucks, Debbie Stroud e Denise Nelson, referiram que as lojas da empresa não estão imunes a problemas como o aumento do uso de drogas e uma crescente crise de saúde mental.
"Sabemos que estes desafios podem, às vezes, ocorrer também nas nossas lojas. Lemos todos os relatórios de incidentes arquivados, e são muitos", escreveram Stroud e Nelson.
Mas a empresa também enfrentou críticas de alguns trabalhadores, que disseram que não foram consultados ou receberam outras opções para além do encerramento.
"Achamos que não é justo que não tenhamos permissão para fazer parte desta decisão sobre as nossas condições de trabalho, nem que a Starbucks afirme que não poderia fornecer uma experiência segura para o nosso local de trabalho", defendeu Mari Cosgrove, funcionária de uma das as lojas de Seattle que vai fechar.
Estes encerramentos ganham maior importância devido a um esforço contínuo de sindicalização das lojas da Starbucks nos Estados Unidos.
Mais de 189 lojas da gigante do café no país votaram pela sindicalização desde o final do ano passado, segundo dados oficiais, sendo que a Starbucks opõe-se ao esforço de sindicalização.
Duas lojas de Seattle que estão a encerrar votaram pela sindicalização, enquanto uma das lojas de Portland pediu para realizar uma votação sindical.
No mês passado, a Starbucks também fechou uma loja sindicalizada em Ithaca, Nova Iorque, devido a problemas operacionais, incluindo uma caixa de gordura que estava a transbordar.
A Starbucks Workers United, um grupo trabalhista que tem liderado o esforço de sindicalização, revelou que pretende apresentar acusações de práticas trabalhistas injustas contra a Starbucks, em nome das duas lojas sindicalizadas que estão a encerrar em Seattle.
Mas a Starbucks insistiu que os fechos não estavam relacionados com o movimento de sindicalização.
"Abrir e fechar lojas faz parte das nossas operações comerciais. Isso está, na verdade, enraizado em lojas seguras e acolhedoras", atirou um porta-voz da empresa.
A lei trabalhista dos EUA não impede que a Starbucks feche suas lojas por motivos comerciais, mas não pode fechar uma loja - sindicalizada ou não - em retaliação contra os sindicalistas.
Na carta aos funcionários, a Starbucks assegurou que está disposta a fazer ajustes para garantir a segurança das lojas, incluindo modificar o horário de funcionamento e mover móveis - ou removê-los - para dar aos funcionários uma visão mais clara da loja.
A empresa acrescentou que está a testar sistemas de alarme e sensores para alertar os funcionários se alguém estiver na casa de banho e que em algumas lojas estes espaços podem ser fechados caso se tornem um risco à segurança.
Esta é uma reversão face a 2018, quando a Starbucks emitiu uma política em que permitia que qualquer pessoa utilizasse as suas casas de banho, mesmo que não comprasse nada.
Lusa