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Rússia retoma entrega de petróleo à República Checa via Ucrânia

A empresa russa Transneft, responsável pelo transporte de hidrocarbonetos, tinha anunciado a interrupção das entregas de petróleo para a Hungria, República Checa e Eslováquia a partir de 4 de agosto.

Tensões geopolíticas associadas à guerra na Ucrânia têm feito subir o preço das “commodities” nos mercados internacionais.
Ahmed Jadallah/Reuters
Lusa 12 de Agosto de 2022 às 23:36
As entregas de petróleo russo à República Checa via Ucrânia foram retomadas após uma suspensão de oito dias, justificada pelas sanções do Ocidente contra Moscovo, divulgou esta sexta-feira a operadora checa.

A empresa russa Transneft, responsável pelo transporte de hidrocarbonetos, tinha anunciado a interrupção das entregas de petróleo para a Hungria, República Checa e Eslováquia a partir de 4 de agosto.

De acordo com esta empresa, as sanções impostas à Rússia após a invasão da Ucrânia impediram-na de pagar taxas de trânsito a Kiev, o que interrompeu o transporte de petróleo.

A Rússia continua a fornecer petróleo a estes três países europeus sem litoral, que gozam de isenções das sanções da União Europeia (UE).

O ministro da Indústria checo, Jozef Sikela, realçou esta sexta-feira, através da rede social Twitter, que a República Checa, que negociou por conta própria esta questão, "encontrou uma forma de desbloquear o pagamento de taxas de trânsito para entregas de petróleo".

"O abastecimento foi retomado às 20:00 [19:00 em Lisboa]", adiantou à agência France-Presse (AFP) Barbora Putzova, porta-voz da operadora checa Mero.

O abastecimento da Eslováquia foi retomado na quarta-feira e o da Hungria deverá ser retomado "dentro de alguns dias", assegurou na quarta-feira o grupo petrolífero húngaro MOL.

Desde que Moscovo iniciou a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro, a União Europeia e os Estados Unidos atingiram a Rússia com sanções sem precedentes, cortando-a das instituições financeiras internacionais.

As entregas de petróleo à Polónia e Alemanha via Bielorrússia, através de outro ramal do oleoduto Druzhba, não foram interrompidas.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas de suas casas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de seis milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 16 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

A ONU confirmou que 5.401 civis morreram e 7.466 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 170.º dia, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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