Coinbase não vai proibir transações no Ethereum após atualização, sugere CEO

Brian Armstrong expressou sua preferência em não censurar transações de e para endereços banidos após a transição da blockchain para a prova de participação

CoinDesk

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A exchange de criptomoedas Coinbase disse que prefere sair do negócio de staking de Ethereum (ETH) do que censurar a rede para cumprir sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos, sugeriu o CEO Brian Armstrong em um tweet na quarta-feira (17).

No Twitter, o desenvolvedor do Ethereum Lefteris Karapetsas perguntou à Coinbase, Kraken e outras exchanges centralizadas o que elas fariam se os EUA exigissem que elas cumprissem as sanções e bloqueassem transações relacionadas a endereços Ethereum proibidos.

A questão se tornou um tema muito discutido na comunidade de criptomoedas após a sanção da semana passada contra o Tornado Cash, um serviço de mixagem de criptomoedas que dificulta o rastreamento das transações e que foi levado para a ilegalidade.

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As exchanges centralizadas estão entre os maiores validadores do mecanismo de consenso de prova de participação (proof-of-stake, ou PoS) do Ethereum, que agora está em modo de teste e se tornará em breve a rede principal, abandonando o atual mecanismo, de prova de trabalho (proof-of-work, ou PoW), que gasta muita energia.

Pelo novo mecanismo, o staking oferece aos investidores de criptomoedas uma forma de colocar seus ativos digitais para trabalhar e obter renda passiva sem precisar vendê-los. Muitos investidores colocam esses ativos em plataformas como a Coinbase, que, por sua vez, ganha poder de validar as transações da rede.

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Ao ser questionado via Twitter, Armstrong respondeu que bloquear transações “é uma hipótese que esperamos não ter que enfrentar”, mas que se fossem obrigados a escolher, elegeriam não censurar ninguém.

“Temos que nos concentrar no quadro geral. Pode haver alguma opção melhor ou um desafio legal também que poderia ajudar a alcançar um resultado melhor”.

Armstrong também expressou apoio ao desenvolvedor do Tornado Cash, Alexey Pertsev, que foi preso na Holanda na semana passada. O CEO da Coinbase twittou que “nenhum desenvolvedor deve ser preso por publicar software de código aberto, mesmo que esse software seja usado por maus atores”.

Independentemente do que ele pense sobre proibir a tecnologia de código aberto, ele diz defende que a Coinbase “sempre seguirá a lei”.

Exchanges centralizadas

Em blockchains de prova de participação, os validadores bloqueiam ou depositam seus tokens em um smart contract (contrato inteligente) como garantia de que se comportarão honestamente. Por validarem corretamente, eles são recompensados com novos tokens. Se eles não validarem da forma adequada, suas criptos podem ser “cortadas” pelo protocolo.

Algumas exchanges centralizadas, que já detêm os tokens de seus usuários, também oferecem o stake de ETH aos clientes por meio de um pool (agrupamento), garantindo uma fatia nas recompensas de staking. A Coinbase, por exemplo, se beneficiará muito de seus negócios de staking depois que o Ethereum mudar para PoS, disse o J.P. Morgan.

No entanto, esforços recentes dos governos para controlar até mesmo projetos de criptomoedas descentralizados e aplicar sanções, incluindo a prisão de Pertsev pela polícia holandesa, sinalizam uma possível escolha difícil para as exchanges: cumprir sanções programando tudo a nível do protocolo ou perder lucros do staking.

Eric Wall, diretor de investimentos da Arcane Assets, acredita que a comunidade deve forçar as exchanges centralizadas a deixar de permitir o staking, antes que seja tarde demais.

“Faça com que Coinbase, Kraken, Bitcoin Suisse etc. entendam que cumprir com as exigências da OFAC não é uma opção. Isso resultará em stakings reduzidos para todos os clientes e o fim de seus negócios. Faça-os desistirem agora se não planejam resistir à censura “, twittou Wall, referindo-se à Agência de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro dos EUA.

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