Vale (VALE3) atualiza planos para cobre e níquel: o que esperar para o segmento de metais básicos da companhia?

Para analistas que acompanharam encontro, companhia está bem posicionada para aproveitar a tendência de eletrificação

Vitor Azevedo

Logo da Vale (Foto: Divulgação)

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A Vale (VALE3) realizou na última quarta-feira (7) um encontro com investidores em Sudbury, no Canadá, no coração de sua Divisão de Metais Básicos. Para analistas que acompanharam o evento, a mineradora trouxe uma perspectiva positiva, com destaque para o seu braço de metais básicos.

“As principais mensagens foram que a administração está muito otimista com as perspectivas para o braço de metais básicos, vendo o crescimento da demanda por conta da eletrificação, que a há uma redefinição das operações nesta frente, com foco na excelência de ativos, e que há muitas oportunidades para expandir esse negócio”, apontam os analistas do Rodolfo Angele e Lucas Yang, do JPMorgan.

No níquel, a Vale vê a demanda global saindo de 4 milhões de toneladas para algo próximo a 6,2 milhões até 2030. No cobre, a perspectiva é que a demanda saia das atuais 30 milhões de toneladas para 37 milhões.

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“Concordamos que há uma oportunidade em metais básicos. A história da demanda por níquel e por cobre é muito clara. Descarbonização e eletrificação são megatendências que vieram para ficar”, dizem Angele e Yang.

Segundo eles, as iniciativas da Vale são positivas, diminuindo a dependência da China em um momento em que a economia do gigante asiático traz incertezas.

“Também vemos com bons olhos a ideia de que os metais básicos divisão deve ser operada como um negócio independente. Dito isto, até agora, os planos são mais uma ambição do que um negócio formal. Ainda não temos números detalhados sobre intensidades de capex, prazos e outros detalhes para poder colocar um número no potencial criação de valor por essas iniciativas neste momento”, destacam.

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A companhia também estimou os volumes de produção da própria empresa. No médio prazo, a Vale deverá produzir 230-245 mil toneladas de níquel ao ano, versus projeção para 2022 de até 190 mil toneladas. Em cobre, a previsão de médio prazo é de 390-420 mil toneladas ao ano, ante até 285 mil toneladas previstas para 2022.

Segundo a Vale, o crescimento na oferta de níquel deverá ser impulsionado principalmente por Indonésia e Canadá, onde a empresa tem operações, além de Austrália.

Na última teleconferência de resultados, executivos da Vale mencionaram que existe a possibilidade, inclusive, de o braço de metais básicos realizar uma abertura de capital.

Fora isso, a mineradora afirmou que tem planos para melhorar a operação no segmento – com os custos por tonelada do níquel saindo de US$ 12,3 mil para US$ 10 mil e no níquel saindo de US$ 4 mil para US$ 2,3 mil.

“Trata-se de uma história de crescimento potencialmente atraente. A Vale também está trabalhando em um extenso pipeline de crescimento, com mais de 20 estudos ativos para estender e aumentar a produção e com 5 projetos em fase de execução”, comentam Thiago Lofiego e Isabella Vasconcelos, analistas do Bradesco BBI.

A administração da Vale mencionou, segundo o BBI, um capex no patamar de US$ 5 bilhões nos próximos 5 anos para a divisão de Metais Básicos.

Na visão do banco brasileiro, a Vale está posicionada de forma única para aproveitar as tendências estruturais positivas do mercado para cobre e níquel, apoiada em um portfólio de produtos premium, emissões de carbono mais baixas em relação à média do setor e locais estratégicos de ativos.

“Essas mudanças não são um processo da noite para o dia, mas achamos que os próximos 12 meses serão cruciais para a empresa mostrar o progresso das medidas que estão sendo implementadas”, pontuam. Eles destacam ainda que a Vale claramente possui reservas muito significativas de níquel e cobre e a empresa precisa provar que é capaz de explorar o potencial existente.

A Eleven, que possui recomendação de compra para as ações com preço-alvo de R$ 112, destaca que a companhia tem mostrado comprometimento para o crescimento das operações de metais básicos, que prometem um aumento significativo de produção no médio e longo prazo.

O JPMorgan tem recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, ou equivalente à compra) para as ações ordinárias da Vale, com preço-alvo em R$ 63,67. O BBI tem a mesma visão para o ADR, com preço-alvo em US$ 23.

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