Publicidade
O JP Morgan reduziu o preço-alvo para Embraer (EMBR3) de US$ 16 para US$ 15,50 refletindo um cenário macroeconômico mais difícil em 2023, levando a entregas mais baixas na aviação comercial no próximo ano em 70 aeronaves versus 75 antes e 105 jatos contra 110 antes. Apesar disso, o banco reitera avaliação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para os ADRs (na prática, papéis negociados na Bolsa americana) da companhia, pois espera um quarto trimestre (4T22) com forte geração de geração de caixa (FCF) de US$ 250-300 milhões, representando um rendimento de 13-16%. O preço-alvo representa um potencial de valorização de 51% frente o fechamento da véspera.
O time de research do banco também acredita que 2023 seja um ano melhor – apesar da potencial recessão – refletindo: i) melhoria contínua nas cadeias de suprimentos e entregas mais altas em 10%; ii) chance de alta nos pedidos do segmento de defesa – lembrando que a Embraer está desenvolvendo do “Agile Tanker”, uma opção de reabastecimento aéreo tático ágil para atender às diretrizes operacionais da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) e aos requisitos da Força Conjunta, com L3 Harris; e iii) crescimento de Serviços e Suporte refletindo novos contratos e maturação.
A empresa também espera o fim do arbitragem da Boeing durante o 1T23 (primeiro trimestre de 2023), que não está incluída nos números do banco.
Continua depois da publicidade
Além disso, a Eve, controlada da Embraer, representa outra fonte de valorização significativa para a empresa, já que a empresa está atualmente avaliada em US$ 2,1 bilhões, adicionando US$ 11,00 por ADR ao preço-alvo.
Em termos de avaliação, a Embraer está sendo negociado a um valor da firma sobre lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EV/Ebitda) de 2023 de 4,6 vezes, abaixo da sua média de 5 anos de 8,3 vezes, o que é considerado barato por analistas.
Quanto ao faturamento para este ano, o JP Morgan espera US$ 4,5 bilhões contra guidance de US$ 4,5 e US$ 5,0 bilhões e consenso de US$ 4,6 bilhões. Já para o Ebitda, analistas projetam US$ 452 milhões para 2022 versus guidance de US$ 360 milhões a US$ 450 milhões e consenso nos EUA de US$ 371 milhões.
Continua depois da publicidade
Para 2023, analistas esperam um Ebtida de US$ 595 milhões, uma expansão de aproximadamente 30% no comparativo anual e 5% acima do consenso.
Por fim, o JP Morgan destaca que a companhia enfrentou a tempestade perfeita este ano devido a: i) guidance conservador sobre margens e FCF; ii) aumento da pressão sobre a oferta correntes; e iii) preocupações na execução devido a taxas mais altas.