Embraer (EMBR3): JPMorgan corta preço-alvo de ADR, mas mantém recomendação de compra de olho em 2023 mais positivo

Analistas esperam um quarto trimestre (4T22) com forte geração de geração de caixa (FCF) da companhia, assim como um ano que vem melhor

Felipe Moreira

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O JP Morgan reduziu o preço-alvo para Embraer (EMBR3) de US$ 16 para US$ 15,50 refletindo um cenário macroeconômico mais difícil em 2023, levando a entregas mais baixas na aviação comercial no próximo ano em 70 aeronaves versus 75 antes e 105 jatos contra 110 antes. Apesar disso, o banco reitera avaliação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para os ADRs (na prática, papéis negociados na Bolsa americana) da companhia, pois espera um quarto trimestre (4T22) com forte geração de geração de caixa (FCF) de US$ 250-300 milhões, representando um rendimento de 13-16%. O preço-alvo representa um potencial de valorização de 51% frente o fechamento da véspera.

O time de research do banco também acredita que 2023 seja um ano melhor – apesar da potencial recessão – refletindo: i) melhoria contínua nas cadeias de suprimentos e entregas mais altas em 10%; ii) chance de alta nos pedidos do segmento de defesa – lembrando que a Embraer está desenvolvendo do “Agile Tanker”, uma opção de reabastecimento aéreo tático ágil para atender às diretrizes operacionais da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) e aos requisitos da Força Conjunta, com L3 Harris; e iii) crescimento de Serviços e Suporte refletindo novos contratos e maturação.

A empresa também espera o fim do arbitragem da Boeing durante o 1T23 (primeiro trimestre de 2023), que não está incluída nos números do banco.

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Além disso, a Eve, controlada da Embraer, representa outra fonte de valorização significativa para a empresa, já que a empresa está atualmente avaliada em US$ 2,1 bilhões, adicionando US$ 11,00 por ADR ao preço-alvo.

Em termos de avaliação, a Embraer está sendo negociado a um valor da firma sobre lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EV/Ebitda) de 2023 de 4,6 vezes, abaixo da sua média de 5 anos de 8,3 vezes, o que é considerado barato por analistas.

Quanto ao faturamento para este ano, o JP Morgan espera US$ 4,5 bilhões contra guidance de US$ 4,5 e US$ 5,0 bilhões e consenso de US$ 4,6 bilhões. Já para o Ebitda, analistas projetam US$ 452 milhões para 2022 versus guidance de US$ 360 milhões a US$ 450 milhões e consenso nos EUA de US$ 371 milhões.

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Para 2023, analistas esperam um Ebtida de US$ 595 milhões, uma expansão de aproximadamente 30% no comparativo anual e 5% acima do consenso.

Por fim, o JP Morgan destaca que a companhia enfrentou a tempestade perfeita este ano devido a: i) guidance conservador sobre margens e FCF; ii) aumento da pressão sobre a oferta correntes; e iii) preocupações na execução devido a taxas mais altas.